Numa cutelaria havia vários operários trabalhando para obterem aço da melhor qualidade.
Para terem forma e a têmpera adequada, eles aqueciam as lâminas das facas para em seguida forjá-las.
Depois as aqueciam novamente e as colocavam dentro de um recipiente com água gelada.
Era um processo muito delicado, pois o aço era submetido a tratamentos extremos: de imenso calor e frio.
“Chega disso!” Diz a faca para o cuteleiro. “Você já me levou ao fogo muitas vezes! Quer acabar com a minha vida?”.
E outra vez o artesão a leva ao fogo até deixá-la embranquecida pelo calor.
“Pare de me martelar” insiste ela. “Já me martelou o suficiente!”.
Todavia ele continua a forjá-la.
“Não me ponha nessa água gelada, não! Uma hora você me põe na fornalha; em seguida na água gelada. Isso mata qualquer um!”.
Entretanto o processo continua.
“Não me ponha nessa pedra de amolar, não! Vai me arranhar tanto que acabará me matando ou me deixando muitas marcas!”.
E o cuteleiro a submete à pedra até se dar por satisfeito.
Quando olha para essa lâmina, percebe que pode dobrá-la quase que totalmente e a mesma volta à posição normal.
Observa que seu polimento é tal que parece de prata.
Está dura como um diamante e corta como uma espada fina. E diz:
“Que beleza! Você foi forjada, temperada e polida. Agora tem um alto valor!”.
E a faca diz: “È mesmo por mais doloroso que seja esse processo da forja, da têmpera e do polimento eu estou num novo formato e mais preparada para serviços mais elevados!”.
Entretanto havia algumas lâminas que foram rejeitadas, pois não suportaram o tratamento dado ao aço pelo processo da forja, da têmpera e do polimento; e outras porque apresentaram pequenos defeitos ao serem amoladas e diziam entre si:
“Não suportamos a fornalha da aflição, murmuramos quando fomos colocadas na água gelada das tribulações e revoltamo-nos quando fomos para as pedras de amolar das adversidades e dos transtornos.
Por isso hoje o cuteleiro não consegue nos dobrar totalmente, não temos uma aparência como a da prata e nem estamos duras como um diamante e o pior, nosso corte não é como o de uma espada fina, por isso fomos consideradas inadequadas e só servimos para tarefas mais inferiores”.
(autor desconhecido)
PARA REFLETIR!
Com quem você se considera?
Com a faca que passa pelo processo da forja, da têmpera e do polimento e está num novo formato e preparada para serviços mais elevados, ou com as que foram rejeitadas, que não suportam aflições, murmuram sempre, revoltam-se por qualquer coisa e não permite um novo formato e por isso é inadequada e continua servindo somente para tarefas inferiores.
Aquieta-te, deixe o cuteleiro da vida te dobrar totalmente, para você ter a aparência da prata e estar dura como um diamante e ser útil como o corte de uma espada fina.
Tire lições das circunstâncias por piores que sejam, e deixe o tempo te moldar para que seja considerada adequada para tarefas mais elevadas.
Ivone Almeida Santos