Num orfanato, igual a tantos outros, havia uma pobre órfã, de oito anos de idade.
Era uma criança triste e sem encantos, seus pais a abandonaram; fora espancada, violentada, desprezada e rejeitada e por não ter oportunidades na vida, como autodefesa, vivia de maneiras desagradáveis, o que fazia com que as outras crianças a evitassem e por isso, francamente, era malquista pelos professores.
Esses não estavam preocupados com sua triste história de vida, nem tão pouco interessados em ajudar-lhe a transformar a sua realidade. Por essa razão, a pobrezinha vivia no maior isolamento.
Sem ninguém para brincar, sem ninguém para conversar, sem carinho, sem afeto, sem esperança. Sua única companheira era a solidão.
O diretor do orfanato aguardava ansioso por uma desculpa legítima para livrar-se dela.
Num certo dia apareceu, aparentemente, uma boa desculpa.
A companheira de quarto da menina informou que ela estava mantendo correspondência com alguém de fora do orfanato, o que era terminantemente proibido lá.
- Agora mesmo, disse a informante, ela escondeu um papel numa árvore.
O diretor e seu assistente mal puderam esconder a satisfação que a denúncia lhes causara.
- Vamos tirar isso a limpo agora mesmo, disse o superior.
E, somando-se ao assistente, pediu para que a testemunha do delito os acompanhasse a fim de lhes mostrar a prova do crime.
Dirigiram-se os três, a passos rápidos, em direção à árvore na qual estava a mensagem.
De fato, lá estava um papel delicadamente colocado entre os ramos.
O diretor desdobrou, ansioso, o bilhete, esperando encontrar ali a prova de que necessitava para livrar-se daquela criança tão desagradável aos seus olhos.
No pedaço de papel um tanto amassado, pôde-se ler a seguinte mensagem:
“A qualquer pessoa que encontrar este papel: - Não importa o quanto à vida me maltratou, o quanto sou desprezada ou rejeitada, o amor vence todos os obstáculos e é por isso que eu AMO você!
Todavia, para desapontamento dos três investigadores, os quais primeiramente ficaram com remorsos com o que leram.
Depois decepcionados porque perderam a oportunidade de livrar-se da menina a qual eles consideravam indesejável.
E finalmente surpresos porque descobriram que ela não era má, mas sim eles próprios.
(autor desconhecido - adaptado)
PARA REFLETIR!
Quantas pessoas sentem medo do que a vida pode lhe proporcionar.
Então por não quererem ter mais decepções, preferem se isolar.
Mesmo tendo uma vida pela frente, sentem-se tristes e fracas, escolhem entre as alternativas da vida, limitar-se por medo de novas experiências físicas e mentais possíveis à sua existência.
Entretanto, outras pessoas julgam-na, rotulam, mentem, enganam, afastam-na, até a levar á morte emocional e até mesmo física.
Ai do amor! Ai do Amor!
Só quem experimentou o verdadeiro amor de Deus, consegue em meio ao desprezo, superar a dor da rejeição e amar sem medidas até mesmo às pessoas as quais lhe fez muito sofrer!
Só o verdadeiro amor de Deus pode ajudar a perdoar e a vencer todos os obstáculos e curar as feridas da alma.
Ivone Almeida Santos