Muitas pessoas diziam que Juca era meio lelé-da-cuca.
“Não; Juca não era isso, como também ele não sentia inveja de quem tinha um violino de verdade porque ele vivia sonhando que tinha um também”.
Seus olhinhos brilhavam de emoção quando fazia vibrar suas cordas invisíveis, tinha pessoas que não tinha imaginação suficiente para saber que “aquele” violino só podia ser visto e ouvido por outros sonhadores como ele.
Essas pessoas ignoravam também como que ele não se conformava com a realidade que vivia.
Era de família pobre, morava no morro, numa casa modesta, ele não reclamava, contava seus sonhos de ser um grande violinista, tocar em grandes orquestras e poder dar uma vida melhor para sua amada mãe que trabalhava muito para sustentar os quatro filhos que tinha que criar sozinha, pois o marido a abandonara para viver uma aventura com uma jovem, 15 anos mais nova que ela.
Dona Joaquina ria todas as vezes que Juca tocava imaginariamente para ela, dedilhando seu violino de sonho, tirando as musicas lindas que seu coração compunha.
Sua mãe nunca o criticara, mas lá no fundo ela pensava que com o salário de doméstica jamais poderia realizar o sonho de seu filho. Juca tocava seu violino imaginário sempre que chegava alguém em sua casa. Outras vezes ficava na janela, próxima do corredor da viela, o único lugar que encontrara para tocar na sua humilde casa.
Alguns vizinhos que passavam, riam, outros não entendiam seu sonho, alguns chegaram até a dizer para Dona Joaquina que ela devia levá-lo a um médico, que Juca estava maluco, mas ela sabia dos sonhos dele, então relevava essas falas.
Sabia que não se devem destruir os sonhos de uma criança, que não se deve desanimá-la também.
Lembrava-se que sempre no Natal quando criança, ela colocava a meia na janela esperando que ao levantar fosse encontrar um presente, ela era consciente que quem dava o presente era seu pai e não papai Noel como alguns diziam, e que o Natal era a comemoração do nascimento de Jesus, o Salvador da humanidade, que veio, viveu, foi desprezado e humilhado, mas venceu a morte quando ressuscitou ao 3º dia.
E na sua infância acreditava que um dia Deus abençoaria ao seu amado pai e que ele realizaria os seus sonhos, como já havia realizado muitos deles.
Porém Juca não podia esperar o pai lhe dar presentes, pois este era egoísta, pensava só em si e depois que foi embora nunca mais veio ver os filhos.
Ela por mais que trabalhasse não teria condições de dar a Juca algo tão caro e, além disso, tinha o Jorge, o Eduardo e a Gabriela para dar presentes também.
Sabia que, o que ganhava, mal dava para sustentá-los e dizia ao Juca para pedir para papai do Céu que era o único que poderia lhe dar o seu presente tão sonhado, ele por outro lado não cobrava nada, pois sabia da situação financeira de Dona Joaquina.
Estava chegando o Natal e Juca, assim como fazia sua mãe, colocava a meia na janela esperando ganhar seu presente, “o violino”, e dizia a todos os que passavam pela viela que Papai do Céu lhe daria esse presente.
Um vizinho, o Sr. Afonso que vivia debochando dele, resolveu comprar o violino e colocar próximo da meia, e quando ele dissesse que foi papai do Céu ele diria que não, que fora ele quem o presenteara.
Assim foi que, quando Juca acordou no dia de Natal e viu o seu presente, começou a agradecer a Deus, porém o Sr. Afonso veio imediatamente ao seu encontro e disse que fora ele quem tinha dado e não Deus.
Juca, porém, lhe falou que mesmo sem acreditar, ele fora usado por Deus, o qual tinha lhe colocado no coração o desejo de dar-lhe o seu tão sonhado violino.
Juca agradeceu a ele e mais uma vez a Deus por ter usado o Sr. Afonso para dar-lhe o seu violino tão esperado, pois sabia que seu sonho estava apenas começando a se realizar e a esperança começou a brotar no seu coração, ele ia lutar com todas as suas forças para transformar a sua realidade em uma nova história de vida.
(Autoria: Ivone Almeida Santos)
PARA REFLETIR
Você é o único responsável pela concretização ou não dos seus sonhos.
Pode estar demorando, ou mesmo parecer impossível, ou até mesmo outras pessoas debocharem e não acreditarem nos teus sonhos, mas Deus pode usar até mesmo estas pessoas para serem bênçãos em sua vida e tornar o teu sonho real.
Tenha fé; saiba pedir; ele te ouve; creia que no tempo certo ele te responderá.
Não permita que os sonhos morram, mas faça-os renascer a cada manhã basta você querer a transformação da sua realidade.
Deus pode transformá-la e te fazer muito feliz!
Ivone Almeida Santos
"Eu estava furioso por não ter sapatos; então encontrei um homem que não tinha pés e me dei por muito satisfeito."
(Provérbios chinês)