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Leitura Diária - GÊNESIS
Leitura Diária - GÊNESIS

  

       

 


(VERSÃO: BÍBLIA VIVA)

 

PLANO DE LEITURA DA BÍBLIA 

JANEIRO

 

 Gênesis

(capítulos 01 ao 32)

Esdras

Neemias

Ester

 Mateus

 Marcos


 

 

Gênesis

 

 

CAPITULO 1

1, 2 - NO COMEÇO, quando Deus criou os céus e a terra, a terra era vazia e sem forma definida. O Espírito de Deus estava em cima das águas.

3, 4, e 5 - Disse Deus: "Haja luz". E a luz apa­receu. Deus ficou satisfeito, e separou a luz da escuridão. Assim, Ele deixou a luz brilhar um pouco, e depois escureceu de novo. Deus chamou "dia" à luz, e à escu­ridão chamou "noite". O dia e a noite juntos formaram o primeiro dia.

6, 7 e 8 - Disse Deus: "Que as águas se sepa­rem para formar a expansão do céu em ci­ma e os oceanos embaixo". Deste modo, Deus fez o céu, separando as águas de ci­ma das águas de baixo. Tudo isso aconte­ceu no segundo dia.

9, 10, 11, 12 e 13 - E disse Deus: "Que as águas que es­tão embaixo do céu se juntem e formem os oceanos, de modo que apareça a parte seca". E foi assim. Deus deu o nome de "terra" à parte seca e de "mares" às águas. Deus ficou satisfeito, e disse: "Que a terra faça brotar toda espécie de ervas e de plantas que dão semente, e também árvores frutíferas que têm se­mentes nas frutas que elas dão. Isso para que as sementes façam nascer as espécies de plantas e de frutas que tinham produ­zido essas sementes. E foi assim, e Deus ficou satisfeito. Tudo isso aconteceu no terceiro dia.

14 e 15 - Disse Deus: "Haja luzeiros na ex­pansão do céu para iluminarem a terra e para fazerem diferença entre o dia e a noi­te. Eles servirão para dirigir as estações e para marcar os dias e anos". E foi assim.

16, 17, 18 e 19 - Deus fez dois enormes luzeiros pa­ra iluminarem a terra. O maior, que é o sol, para dirigir o dia, e o menor, que é a lua, é para dirigir a noite. Fez também as estrelas. Deus colocou os luzeiros na ex­pansão do céu para iluminarem a terra e para fazerem separação entre a luz e a es­curidão. E Deus ficou satisfeito. Tudo is­so aconteceu no quarto dia.

20, 21, 22 e 23 - Então disse Deus: "Que as águas fiquem cheias de peixes e de outras formas de vida, e que os céus fiquem cheios de aves de toda espécie". Assim Deus criou os grandes animais marinhos e toda espécie de peixes e de aves. Deus ficou sa­tisfeito e abençoou essas criaturas que fez."Multipliquem, enchendo as águas dos mares, " falou. E às aves disse: "Se­jam cada vez mais numerosas. Encham a terra!" Com isso o quinto dia terminou.

24, 25 - Disse Deus: "Que a terra produza os animais. Animais domésticos, répteis e animais do mato". E assim foi. Deus fez os animais, cada um de uma espécie. Os animais que vivem nas selvas e nos cam­pos, incluindo os répteis, e os animais domésticos. E Deus ficou satisfeito com o que fez.

26 - Depois disse Deus: "Façamos o ho­mem à nossa imagem e semelhança. Te­nha ele domínio sobre os animais mari­nhos, sobre as aves, sobre os animais domésticos e sobre os répteis. Domine a terra toda!

27 - Assim Deus criou o homem à imagem do seu Criador. Deus fez o homem conforme a se­melhança dele. Deus criou o homem e a mulher.

28, 29, 30 e 31 - Deus abençoou os dois e disse: "Multipliquem, encham a terra e tenham domínio sobre a terra. Vocês são os se­nhores dos peixes, das aves e de todos os animais. Olhem! Eu dou a vocês todas as plantas que dão sementes, e todas as ár­vores frutíferas para alimento. E dou to­do capim e toda erva aos animais e às aves para alimento deles."

Então Deus olhou tudo que tinha feito. Era excelente em todos os aspectos! Assim terminou o sexto dia.

 


CAPITULO 2

1, 2 e 3 - AFINAL FICOU completa com su­cesso a obra de criação dos céus e da terra, com tudo o que existe neles. Assim, foi no sétimo dia que Deus terminou o seu trabalho. Por isso, Deus abençoou o sétimo dia, descansou, e declarou santo esse dia. Porque nele Deus, o Criador, terminou a obra da criação.

4 - Deus criou os céus e a terra. Agora vem um resumo dos detalhes produzidos por Deus através dos céus e da terra.

5 e 6 - Não existia nenhuma planta. Nenhu­ma semente havia brotado na terra; pois o Senhor Deus ainda não tinha feito cair chuva. E também não havia ninguém pa­ra fazer lavoura. Mas um vapor subia da terra e molhava o solo em toda parte.

7 - Então Deus formou o corpo humano usando para isso o pó da terra. Depois so­prou nele o sopro da vida, e ele veio a ser alma vivente.

8, 9 e 10 - O Senhor Deus plantou um jardim no Éden, para os lados do leste, e colocou no jardim o homem que Ele tinha forma­do. O Senhor Deus fez crescer no jardim todas as espécies de lindas árvores, árvo­res que produziam frutas boas como ali­mento. No meio do jardim Deus fez cres­cer a Árvore da Vida e a Árvore do Co­nhecimento do Bem e do Mal. Da região do Éden saía um rio que banhava o jar­dim. Dali se dividia em quatro braços.

11, 12, 13 e 14 - Um deles é o Pisom. Ele rodeia a terra de Havilá, onde existe ouro de boa qualidade, finas pérolas, e a pedra de ônix. O segundo tem o nome de Giom, e atravessa toda a extensão da terra de Cu­xe. O terceiro é o rio Tigre, que flui ao leste da Assíria. O quarto é o Eufrates.

15, 16 e 17 - O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cul­tivar a terra. Mas o Senhor Deus avisou o homem: "Você pode comer qualquer fru­ta do jardim, menos a fruta da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. Isso por­que essa fruta abrirá os seus olhos e você ficará com a consciência despertada para o certo e o errado, para o bem e para o mal. Se comer essa fruta, você estará con­denado a morrer".

18, 19, 20, 21 e 22 - Depois disse o Senhor Deus: "Não é bom que o homem fique sozinho. Vou fazer uma companheira para ele, uma au­xiliadora à altura dele".

O Senhor Deus formou da terra todas as espécies de animais e de aves, e trouxe todos eles ao homem para ver que nome daria a eles. O homem deu os nomes que quis, e com esses nomes ficaram. O ho­mem deu nome a todos os animais domésticos, às aves e aos animais que vi­vem nas matas e nos campos. Mas o ho­mem não tinha nenhuma auxiliadora à altura dele. Então o Senhor Deus fez o homem cair em sono profundo. Tirou uma das costelas dele e fechou o lugar da costela tirada. Da costela fez uma mulher, que trouxe ao homem­.

23, 24 e 25 - "Isto sim!", exclamou Adão."Ela é parte dos meus ossos e da minha carne! Pode-se dizer que ela é varoa, porque foi tirada do varão." Esta é a razão por que o homem deixa de viver junto com seu pai e sua mãe e se une à mulher dele. E de tal maneira se unem os dois, que se tornam uma só pessoa! Pois bem, embora o ho­mem e a mulher não estivessem usando roupa nenhuma, não ficavam envergo­nhados.

 


CAPÍTULO 3

1 - DE TODOS OS ANIMAIS que Deus criou, o mais astuto era a serpente. A serpente aproximou-se então perguntou à mulher: "Será verdade?! Nenhuma fruta do jardim?! Deus disse que vocês não po­dem comer nem uma só fruta?!"

2 e 3 - "Claro que podemos!", respondeu a mulher."Só a fruta da árvore que está no meio do jardim é que não podemos co­mer. Deus disse que não podemos comer fruta daquela árvore, e que não podemos nem pôr as mãos nela porque se não, morreremos”.

4 e 5 - "É mentira!", contestou a serpente."Vocês não morrem não! Deus sabe muito bem que se vocês comerem essa fruta, no mesmo instante vocês ficarão como Ele, pois os seus olhos se abrirão. Vocês vão ficar sabendo distinguir entre o bem e o mal!"

6 e 7 - A mulher acreditou nisso. Então achou que a fruta era boa para comer. Agora a árvore parecia tão bonita! E pa­recia boa até para dar sabedoria! Pensan­do assim, ela apanhou uma fruta e co­meu. Deu ao marido, e ele comeu também. Mal acabaram de comer, ficaram conscientes da nudez em que esta­vam, e se encheram de vergonha. Então juntaram folhas de figueira e fizeram aventais para se cobrir.

8 e 9 - Na tarde desse mesmo dia, ouviram o som produzido pelo Senhor Deus que passeava no jardim no frescor do dia. Os dois ficaram escondidos entre as árvores. O Senhor Deus chamou Adão: "Por que você se escondeu?"

10 - Adão respondeu: "Percebi que o Se­nhor vinha vindo e não queria que me vis­se nu. Por isso me escondi."

11 - "Quem disse que você estava nu?", perguntou o Senhor Deus."Vai ver que comeu a fruta da árvore que proibi!"

12 - "É, comi, " admitiu Adão, "mas foi a mulher que o Senhor me deu que me ofereceu a fruta, e eu comi."

13 - Então o Senhor Deus perguntou à mulher: "Como é que você foi fazer uma coisa dessas?!" "A serpente me enganou, " replicou ela.

14 e 15 - O Senhor Deus disse à serpente: "Eis o seu castigo: Você será maldita e fi­cará isolada não só de todos os animais domésticos como também dos bichos do mato. Vai sofrer verdadeira maldição. Vai passar a vida inteira rastejando sobre o seu ventre e comendo pó. De agora em diante, você e a mulher serão inimigas, uma da outra. Também a sua descendên­cia será inimiga do descendente da mulher. Ele ferirá você na cabeça, ao passo que você ferirá o calcanhar dele".

16 - Depois Deus disse à mulher: "Você vai ter muitas dores e sofrimentos, quan­do estiver para ser mãe e quando tiver fi­lhos. Todavia, apesar disso, você rece­berá bem o seu marido, e ele terá domínio sobre você."

17, 18 e 19 - E a Adão disse Deus: "Você deu ouvidos à sua mulher e comeu aquela fru­ta que Eu disse para não comer. Por isso, lanço maldição sobre a terra. A vida toda você terá de lutar para conseguir o ganha-pão. Ela produzirá também espinheiros e ervas daninhas, e você comerá verduras. A vida inteira você vai suar para dominar a terra, até o dia da sua morte. Depois vo­cê voltará ao pó de onde veio. Pois você foi feito da terra e vai voltar para a terra.

20 e 21 - O homem deu o nome de Eva à mu­lher, sendo que "Eva" é sinônimo de "vida". Pois disse ele: "Ela será a mãe da humanidade toda." O Senhor Deus vestiu Adão e sua mu­lher com roupas feitas de peles de ani­mais.

22, 23 e 24 - Disse o Senhor: "Agora que o ho­mem é como nós, conhecendo o bem e o mal, vejamos que ele não venha a comer fruta da Árvore da Vida e passe a viver eternamente!" Assim o Senhor Deus mandou o homem embora do jardim do Éden, para que fosse cuidar da terra da qual tinha sido formado. Depois Deus co­locou poderosos seres angélicos a leste do jardim do Éden. Colocou também uma brilhante espada que não parava de se mover para vigiar o caminho que levava à Árvore da Vida.

 


 

CAPÍTULO 4

1 - ADÃO DEITOU-SE COM EVA e ela concebeu e deu à luz um filho a quem deu o nome de Caim, que significa: "For­jado" ou "Adquirido". Pois, como disse ela: "Consegui um filho homem com o auxilio do Senhor Deus."

2 - Depois nasceu Abel, irmão de Caim. Abel veio a ser pas­tor de ovelhas, enquanto Caim se dedicou à agricultura.

3, 4 e 5 - Passado algum tempo, Caim juntou alguns produtos da terra e com eles fez uma oferta a Deus. Abel tam­bém fez uma oferta a Deus. O que Abel apresentou a Deus foram as primeiras crias do rebanho dele. Feito o sacrifício, ofereceu ao Senhor Deus as melhores por­ções. Deus aceitou a pessoa e a oferta de Abel. Mas rejeitou a pessoa de Caim e a oferta dele. Caim ficou cheio de raiva e seu rosto mostrava ódio.

6, 7 - "Por que você está com raiva?", perguntou o Senhor."Por que está com o rosto mau? Se andar direito, é claro que vou aceitar você! Mas se fica praticando o mal, então veja lá! O pecado está escondi­do, pronto para atacar e destruir. Mas bem que você pode dominar o pecado!

8 - Certo dia Caim convidou Abel para um passeio ao campo. Quando estavam por lá, Caim atacou e matou o irmão.

9 - Depois o Senhor perguntou a Caim: "Que é do seu irmão? Onde está Abel?" "Como posso saber?" retrucou Caim. E acrescentou: "Por acaso tenho de ficar tomando conta do meu irmão?!"

10, 11 e 12 - Disse, porém, o Senhor: "O san­gue do seu irmão está clamando da terra a mim. O que foi que você fez? Você atraiu maldição sobre a sua vida na terra que manchou com o sangue do seu irmão. Quando você fizer plantio, a terra não dará nada. E você vai passar a vida intei­ra como fugitivo, vagando de lugar a lu­gar.

13 e 14 - Caim então disse ao Senhor: "O castigo que devo receber é grande demais para mim! Não vou agüentar isso! Pois o Senhor faz que eu seja rejeitado pela ter­ra, e vou estar sempre querendo me escon­der da sua presença! Vou vagar por toda parte, e toda gente vai querer acabar co­migo! "

15 e 16 - O Senhor respondeu: "Ninguém matará você, pois darei castigo sete vezes pior do que o seu a quem fizer isso". En­tão o Senhor pôs certa marca de identifi­cação em Caim, para não ser morto por quem quer que se encontrasse com ele. Caim foi para longe da presença do Se­nhor. Passou a morar na região de Node, a leste do Éden.

17 - A mulher de Caim- concebeu e deu à luz um filho, que recebeu o nome de Eno­que. Quando Caim fundou uma cidade, ele lhe deu o nome de Enoque.

18 – Enoque foi o pai de Irade. Irade foi o pai de Meujael. Meujael foi o pai de Metusael. Metusael foi o pai de Lameque.

19, 20, 21 e 22 - Lameque casou com duas mulhe­res: Ada e Zilá. Ada teve um filho chama­do Jabal. Ele foi o primeiro criador de ga­do e o primeiro daqueles que moram em tendas. O irmão dele, Jubal, foi o primei­ro músico. Foi ele que inventou a harpa e a flauta. Zilá, a outra esposa de Lameque, deu à luz a Tubalcaim e Naamá. Tu­balcaim foi o primeiro a fazer obra de fundição, forjando instrumentos de bron­ze e de ferro.

23 e 24 - Um dia Lameque disse às esposas dele: "Ada e Zilá, escutem: Matei um ho­mem porque me machucou, e um rapaz só porque me pisou. Se aquele que matar Caim vai receber castigo sete vezes pior do que o dele, aquele que quiser vingar o que fiz sofrerá castigo setenta e sete vezes pior! "

25, 26 - Eva, mulher de Adão, tornou a conceber. Deu à luz um filho a quem deu o nome de Sete, que quer dizer "Designa­do". Pois, nas palavras de Eva: "Deus me concedeu outro filho para ocupar o lugar de Abel, que Caim matou". Sete veio a ser o pai de Enos. Foi depois que nasceu Enos que começa­ram a invocar o nome do Senhor.

 


CAPÍTULO 5

1 - ESTA É UMA lista de descendentes de Adão. Adão foi criado por Deus. a homem foi criado à semelhança de Deus. Deus criou o homem e a mulher, e abençoou os dois. E desde o começo da vida deles, deu a eles o nome de Homem. Eis a lista:

3, 4 e 5 - Adão: Quando Adão estava com 130 anos de idade, nasceu Sete, filho dele. Sete era a imagem e semelhan­ça do pai. Depois que Sete nasceu, Adão viveu mais 800 anos. Teve fi­lhos e filhas. Tinha 930 anos de ida­de quando morreu.

6, 7 e 8 - Sete: Sete estava com 105 anos de idade quando nasceu Enos, filho dele. Depois viveu mais 807 anos, tendo filhos e filhas. Morreu com a idade de 912 anos.

9, 10 e11 - Enos: Enos tinha 90 anos de idade quando nasceu o filho dele, Cainã. Depois do nascimento de Cainã, Enos viveu mais 815 anos. Morreu com a idade de 905 anos, deixando filhos e filhas.

12, 13 e 14 - Cainã: Cainã estava com 70 anos quando nasceu Maalaleel, filho de­le. Depois disso, viveu mais 840 anos. Teve filhos e filhas. Morreu com 910 anos de idade.

15, 16 e 17 - Maalaleel: Maalaleel tinha 65 anos quando nasceu Jerede, filho dele. Depois que Jerede nasceu, Maalaleel viveu 830 anos, tendo fi­lhos e filhas. Quando morreu, esta­va com 895 anos.

18, 19 e 20 - Jerede: Quando Jerede estava com 162 anos, nasceu Enoque, filho de­le. Depois do nascimento de Eno­que, Jerede viveu mais 800 anos, tendo filhos e filhas. Morreu quan­do tinha 962 anos.

21, 22, 23 e 24 - Enoque: Enoque estava com 65 anos, quando Matusalém, filho de­le, nasceu. Depois viveu mais 300 anos - como amigo de Deus. Teve filhos e filhas. Viveu ao todo 365 anos, sempre em comunhão com Deus. E então Enoque desapareceu da terra! Porque Deus levou Eno­que para Ele!

25, 26 e 27 - Matusalém: Quando Matusalém tinha 187 anos, nasceu Lameque, filho dele. Depois do nascimento de Lameque, Matusalém viveu mais 782 anos, tendo filhos e filhas. Ti­nha 969 anos quando morreu.

28, 29, 30 e 31 - Lameque: Lameque tinha 182 anos de idade, quando nasceu Noé, filho dele."Noé" quer dizer "Des­canso". Lameque deu esse nome ao filho, dizendo: "Ele nos dará con­solo dos nossos duros trabalhos, e do cansaço que sentimos nesta terra que Deus amaldiçoou". Depois do nascimento de Noé, Lameque viveu mais 595 anos. Teve filhos e filhas. Morreu com 777 anos.

32 - Noé: Quando Noé estava com 500 anos, tinha três filhos: Sem, Cão e Jafé.

  


CAPÍTULO 6

1 - NESSA ÉPOCA HOUVE rápido crescimento da população mundial.

2 - Aconteceu então que os filhos de Deus foram atraídos pela beleza das filhas dos homens. Eles casaram com as mulheres que escolheram, ao gosto deles.

3 - Disse então o Senhor: "Meu Espírito não permanecerá sempre no homem. A natureza dele está sempre inclinada para o mal. Vou limitar a vida do homem a 120 anos".

4 - Naquele tempo existiam gigantes na terra. E também depois, quando da mistu­ra dos filhos de Deus com as filhas dos ho­mens. Pois dessas uniões nasceram filhos que foram homens valentes. Vieram a ser grandes e famosos heróis dos tempos anti­gos.

5 e 6 - O Senhor viu como o homem foi fi­cando cada vez pior, e que tudo que pen­sava e queria era sempre mau. O Senhor ficou triste por ter criado o homem. Isto cortou o coração dEle!

7 - Disse o Senhor: "Vou fazer desapare­cer da terra a humanidade que criei. Vou destruir os homens, os animais, os répteis e as aves. Foram criados por mim - e is­so me entristece!"

8 - Mas Noé dava alegria ao Senhor.

9 e 10 - Esta é a história dele: Noé era o único homem reto, de todos os que viviam naquele tempo. Ele procu­rava viver sempre de acordo com a vonta­de de Deus. Sem, Cão e Jafé eram os três filhos de Noé.

11 - A violência dominava a terra. Aos olhos de Deus, a terra estava completa­mente corrompida.

12 e 13 - Vendo Deus como estava ruim a si­tuação, e que os homens estavam cheios de vícios e depravados, disse a Noé: "Re­solvi destruir todas as criaturas da terra, porque o mundo está cheio de crimes, por culpa dos homens. Vou destruir a huma­nidade toda, juntamente com as demais criaturas da terra.

14 - "Faça um navio de tábuas de cipres­te, tapando bem as frestas com piche, por dentro e por fora. Faça diversas divisões no navio”.

15 - "Estas são as medidas do barco que você vai construir: 150 metros de compri­mento, 25 de largura e 15 de altura”.

16 - "Pouco abaixo do teto, faça uma abertura de meio metro de altura, em to­da a volta do navio, para ventilação e ilu­minação. Num dos lados faça uma porta. E construa três andares no navio - um embaixo, outro no meio e um terceiro em cima.

17 - Faça isso, pois logo vou derramar águas em verdadeiro dilúvio sobre a ter­ra. Todos os seres vivos da terra morre­rão afogados! Vou destruir tudo que tem fôlego de vida debaixo dos céus!”

18 - "Mas prometo conservar com vida você, a sua mulher, os seus filhos e as mu­lheres deles”.

19 e 20 - "De todos os animais, leve um ca­sal para dentro do navio. Um casal de ca­da espécie de animais, incluindo os répteis e as aves. Assim vamos conservar em vida as espécies todas. Os animais e as aves mesmos virão até você!”

21 - "Guarde no barco uma grande provi­são de alimento para você, para a sua família e para os animais e aves."

22 - Noé fez tudo que Deus mandou.

 


 

CAPÍTULO 7

1 - CHEGOU POR FIM O DIA em que o Senhor disse a Noé: "Entre no navio, você e sua família. Só você vive retamente no meio de todo o po­vo da terra!

2 e 3 - "Leve para dentro do barco, como já disse, um casal de cada espécie de ani­mais impróprios para comer. Mas dos animais próprios para os sacrifícios e pa­ra alimento, leve sete casais de cada um deles. Das aves também, sete casais de ca­da espécie. Assim todas as espécies se re­produzirão, e poderão sobreviver ao dilú­vio.

4 - "Daqui a uma semana vou fazer cair chuva durante quarenta dias e quarenta noites, sem parar. E todos os homens, animais, répteis e aves que fiz, morre­rão."

5 - Noé obedeceu. Fez tudo o que Deus mandou.

6 - Quando as águas do dilúvio cobriram a terra, Noé tinha seiscentos anos de ida­de.

7 - Ele, a mulher dele, os filhos e as noras embarcaram no navio para escapar da inundação.

8 e 9 - Entraram também todas as espécies de animais. Os limpos, isto é, próprios para sacrificar e comer, e os impuros, isto é, impróprios para alimento e para os sa­crifícios. Também todas as espécies de répteis e de aves. Foram atrás de Noé, en­trando no navio de dois em dois - macho e fêmea. Tudo como Deus tinha manda­do.

10, 11 e 12 - Uma semana mais tarde, quando Noé estava com 600 anos; no dia 17 do se­gundo mês, começaram a cair as grossas chuvas do dilúvio. Rebentaram as fontes subterrâneas, e os céus despejaram gran­de volume de água sobre a terra. Caiu forte chuva durante 40 dias e 40 noites.

13 - Mas no dia em que as chuvas começa­ram a cair, Noé entrou no navio. Ele, a mulher, as noras e os filhos dele, Sem, Cão e Jafé.

14, 15 e 16 - Entraram também no barco casais de todas as espécies de animais domésti­cos, bichos do mato, répteis, aves e pás­saros. Não faltou espécie nenhuma de to­dos os seres vivos da terra. Entraram de dois em dois no navio - o macho e a fêmea de cada espécie. Tudo como Deus tinha mandado. Depois o Se­nhor fechou a porta.

17 - As chuvas caíram em dilúvio durante quarenta dias. E as águas cresceram e le­vantaram o navio de sobre a terra.

18, 19 e 20 - O nível das águas foi subindo mais e mais, cobrindo a terra. Mas o navio flu­tuava na superfície das águas. As águas aumentaram tanto, que encobriram até os mais altos montes existentes debaixo do céu, chegando até sete ou oito metros aci­ma dos picos dos mais altos montes!

21 e 22 - Todos os seres vivos existentes na terra morreram. As aves, os animais domésticos, os animais das matas, todo tipo de criaturas que enchem a terra, e os homens - morreram todos! Tudo que respirava e vivia na terra seca morreu!

23 - Assim foram destruídos todos os se­res vivos que existiam na terra. A huma­nidade inteira, os animais, os répteis e as aves foram destruídos. Só continuaram vivos Noé e os que estavam com ele no barco.

24 - E as águas cobriram a terra durante cento e cinqüenta dias.

 


CAPÍTULO 8

1 - DEUS NÃO ESQUECEU Noé e os animais que estavam com ele no bar­co. Ventos mandados por Ele sopraram sobre a terra e, com isso; foi baixando o nível das águas.

2 - As fontes subterrâneas foram fecha­das. Pararam de lançar água para cima da terra. Também os céus pararam de despejar chuvas na terra.

3 e 4 - As águas foram escorrendo e foram esvaziando a terra, Depois de cento e cinqüenta dias de inundação total, no dia 17 do sétimo mês, o navio ficou parado no alto das montanhas de Ararate.

5 - As águas continuaram baixando. Três meses depois, apareceram os cumes dos montes.

6 e 7 - Quarenta dias mais tarde, Noé abriu uma janela que tinha feito, e soltou um corvo. O corvo ficou a voar, indo e vol­tando até a terra ficar inteiramente seca.

8 - Logo depois de ter soltado o corvo, Noé soltou uma pomba, para, ver se ela poderia encontrar algum terreno seco;

9 - Não achando lugar onde pisar, a pomba voltou a Noé. As águas ainda co­briam a terra. Noé estendeu a mão para fora e recolheu a pomba.

10 - Sete dias mais tarde, Noé soltou a pomba de novo.

11 - Desta vez ela só voltou de tarde ao navio. Trazia no bico uma folha nova de oliveira. Assim Noé ficou sabendo que restava pouca água da grande inundação.

12 - Noé deixou passar mais uma semana, e tornou a soltar a pomba. Ela não voltou mais.

13 - Vinte e nove dias depois disso, no dia em que Noé fez 601 anos, a terra ficou se­ca. Noé fez uma abertura no barco, olhou, e viu que a terra já não estava com sinais de águas.

14 - Perto de oito semanas mais se passa­ram. Exatamente no dia 27 do segundo mês do ano 601 de Noé, a terra estava se­ca.

15 - Então Deus disse a Noé:

16 - "Saia do navio, com a sua mulher, os seus filhos e as suas noras.

17 - "Faça sair também os animais de to­da espécie que estão com você. Os ani­mais, as aves e os répteis. Que saiam to­dos, para se reproduzirem, multiplicarem e encherem a terra."

18 - Assim Noé, seus filhos, sua mulher e suas noras saíram do navio.

19 - Também saíram todos os animais, todos os répteis, todas as aves e todos os seres vivos que estavam no barco. Saíram aos pares e aos grupos, segundo as dife­rentes espécies.

20 - Noé construiu um altar e sacrificou nele animais e aves aceitáveis a Deus. Apresentou as ofertas queimadas.

21 - O Senhor gostou das ofertas, e disse consigo mesmo: "Nunca mais vou lançar maldição so­bre a terra, e nunca mais vou destruir os seres vivos como fiz, por causa do ho­mem. O homem é assim mesmo. Desde moço está sempre inclinado para o mal.

22 - "Enquanto a terra durar, haverá se­menteira e colheita, frio e calor, inverno e verão, dia e noite."

 


CAPÍTULO 9

1 - DEUS ABENÇOOU NOÉ e os filhos dele. E disse a eles: "Tenham muitos filhos e restabeleçam a população da ter­ra.

2 e 3 - "Todos os animais e aves terão me­do de vocês", disse Deus."Entreguei ao domínio dos homens todos os seres vivos da terra e das águas. Servirão de alimen­to, além dos produtos vegetais.

4 - "Mas só poderão comer carne depois de tirado o sangue. Porque o sangue é vi­da.

5 e 6 - "E ninguém tem direito de tirar a vi­da de nenhum ser humano. O animal que matar um homem terá de ser morto. E a pessoa que matar algum ser humano terá de ser morta. Porque matar um ser huma­no é matar um ser que foi criado segundo a imagem de Deus.

7 - "Mas volto a dizer a vocês: Tenham muitos filhos. Povoem a terra e exerçam domínio sobre ela."

8 - Deus disse mais estas coisas a Noé e aos filhos dele:

9, 10 e 11 - "Faço agora uma séria promessa, um verdadeiro contrato com vocês e com os seus descendentes. O contrato é com vocês e com os animais que trouxeram ­aves, animais domésticos, animais do ma­to. Prometo que nunca mais os seres vi­vos da terra serão destruídos pelas águas. Prometo que nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra.

12 - "E o sinal e selo desta aliança é o se­guinte para todo o tempo e para todos os seres vivos.

13 - "Ponho nas nuvens o meu arco, co­mo sinal da minha promessa para os ho­mens e para a terra toda.

14 e 15 - "Quando Eu mandar nuvens sobre a terra e aparecer o arco-íris, lembrarei minha promessa. Cumprirei, então, a promessa que fiz a vocês e a todos os seres vivos. E nunca mais mandarei águas em dilúvio para destruir todos os homens e animais.

16 e 17 - "Verei o arco-íris e lembrarei a aliança eterna que Eu, como Deus, fiz com os seres vivos de toda espécie que existem na terra."Digo e repito: O sinal e selo desta pro­messa é o arco-íris."

18 e 19 - Os nomes dos três filhos de Noé são: Sem, Cão e Jafé. Deles vieram todas as nações da terra. É bom notar que os cananeus são des­cendentes de Canaã, filho de Cão.

20 e 21 - Noé se pôs a trabalhar como agricultor. Fez uma plantação de uvas e fabri­cou vinho. Um dia ficou bêbado, e ficou nu dentro da tenda dele.

22 - Cão, pai de Canaã, viu Noé sem rou­pa. Foi contar o que viu aos dois irmãos dele.

23 - Sem e Jafé puseram uma capa nos ombros, andaram de costas e assim entra­ram na tenda do pai. Com a capa cobri­ram o corpo do pai, tomando cuidado de olhar para outro lado. Não viram, pois, a nudez do pai.

24 - Quando passou o efeito da bebida, Noé acordou e soube o que o filho mais novo tinha feito.

25 - Então Noé amaldiçoou os descenden­tes de Cão, pelo ramo de Canaã, dizendo: "Malditos sejam os cananeus. Se­jam escravos dos descendentes de Sem e Jafé. E escravos da mais bai­xa espécie!"

26 e 27 - Disse mais: "Bendito seja o Senhor, Deus de Sem. Canaã seja escravo de Sem."Deus abençoe e fortaleça Jafé. Participe Jafé da prosperidade de Sem."E Canaã seja escravo de Jafé."

28 e 29 - Depois do dilúvio, Noé viveu mais 350 anos. Morreu com 950 anos de idade.

 


CAPÍTULO 10

1 - SÃO ESTAS AS FAMÍLIAS de Sem, Cão e Jafé, filhos de Noé. Tive­ram filhos depois do dilúvio. Eis a lista:

2 - Os filhos de Jafé são: Gômer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras.

3 - Filhos de Gômer: Asquenaz, Rifá e Togarma.

4 - Filhos de Javâ: Elisá, Társis,           Quitim e Dodanim.

5 - Os descendentes das famílias anota­das acima ficaram com os territórios marítimos, como ilhas e peninsulas. For­maram nações, cada uma com sua língua diferente.

6 - Os filhos de Cão são estes: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã,

7 - Filhos de Cuxe: Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá. Filhos de Raamá: Sabá e Dedã.

8 e 9 - Ninrode foi um dos descendentes de Cuxe. Foi o primeiro rei da história da humanidade. Era poderoso caçador, abençoado por Deus. Veio a ser como um provérbio. Dai o costume de dizer: "Como Ninrode - poderoso caçador, abençoado por Deus."

10 - No começo, o reino dele era compos­to pelas cidades e territórios de Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Si­near.

11, 12 Dali, estendeu o território do reino dele até a Assíria. Construiu as cidades de Nínive, Reobote-lr e Calá. Também fundou Rezém, entre Nínive e Calá. Rezém foi a principal cidade do reino de Ninrode.

13 e 14 - Estes são os filhos de Mizraim:         Ludim, Anamim, Leabim, Naftuim, Patrusim, Caslium (de quem vieram os filisteus), e Caftorim.

15 - O primeiro filho de Canaã foi Sidom, e o segundo, Hete.

16, 17 e 18 - Também estes povos são descen­dentes de Canaã: Os jebuseus, os amorreus, os girgaseus, os heveus, os arqueus, os si­neus, os arvadeus, os zemareus e os hamateus. Os cananeus se espalharam por diferen­tes partes.

19 - Vários foram os territórios ocupados pelos diferentes grupos de famílias dos cananeus. Os limites deles iam de Sidom, em direção a Gerar, até Gaza. E iam na direção de Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa.

20 - Aí está, pois, a lista dos descendentes de Cão, espalhados em muitas nações, com línguas diferentes.

21 - Héber, que deu origem a numeroso povo, foi descendente de Sem, irmão mais velho de Jafé.

22 - Outros descendentes de Sem: Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arã.

23 - Filhos de Arã: Uz, Hul, Géter e Más.

24 - Salá foi filho de Arfaxade. Héber foi filho de Salá.

25 - Estes são os filhos de Héber: Pelegue e Joctã. Pelegue significa "Divisão". Ele re­cebeu este nome porque durante a vi­da dele foi feita divisão da terra entre as nações.

26, 27, 28, 29 e 30 - Joctão foi o pai de: Almodá, Salefe, Hazarmavé, Jerá, Hadorão, Uzal, Dicla, Obal, Abimael, Sabá, Ofir, Havilá e Jobabe. Todos eles foram filhos de Joctão. E habitaram na região que vai desde Messa até à região montanhosa de Sefar, no leste.

31 - Aí está, pois, a lista dos descendentes de Sem. Estão classificados de acordo com os agrupamentos nacionais, as dife­rentes línguas, e a localização geográfica.

32 - Todos os homens e povos anotados nas listas dadas aqui, são descendentes de Noé. São muitos ramos de descendentes, formando diferentes povos. E formaram muitas nações, por toda parte. Todas es­sas nações se formaram depois do dilúvio.

 


CAPÍTULO 11

1 - NOS PRIMEIROS TEMPOS, de­pois do dilúvio, a humanidade toda falava a mesma língua. Todos se enten­diam.

2 - A população avançou para o leste. Achou uma planície na terra de Sinear, na Babilônia, e se estabeleceu ali.

3 e 4 - Eles começaram a pensar em cons­truir uma grande cidade e uma torre que chegasse até os céus. O desejo era construir um monumento para fama deles e para que ficassem juntos para sempre.

"Assim nada nos espalhará pelo mun­do.", disseram.

Para isso se lançaram à fabricação de tijolos queimados para servirem de pe­dras. E juntaram muito piche para usar como reboco.

5 e 6 - Mas o Senhor desceu para ver a cida­de e a torre que os homens estavam cons­truindo, e disse: "Vede! Eles formam um só povo e fa­lam a mesma língua. Por isso já se animam a fazer essas coisas grandiosas!      "Que não farão mais tarde?! Nada será capaz de parar essa gente!

7 - "Vinde! Desçamos lá e atrapalhemos a linguagem deles. Façamos isso para que não se entendam mais, uns aos outros!"

8 - Fazendo assim, o Senhor espalhou os homens pela face da terra. E eles pararam de construir a cidade.

9 - Por esse motivo aquele lugar recebeu o nome de Babel, que quer dizer "Confu­são". Porque ali o Senhor deu muitas línguas aos homens, o que produziu con­fusão entre eles. E eles se espalharam por todas as partes da terra.

10 e 11 - Retomemos as informações sobre os descendentes de Sem. Quando tinha cem anos de idade, nas­ceu Arfaxade, filho dele. Isso aconteceu dois anos depois do dilúvio. Depois do nascimento de Arfaxade, Sem viveu mais quinhentos anos. Teve filhos e filhas.

12, 13 - Arfaxade tinha trinta e cinco anos quando nasceu Salá, filho dele, Depois que Salá nasceu, o pai dele viveu mais 403 anos. E deixou filhos e filhas.

14 e 15 - Quando Salá estava com trinta anos de idade, nasceu Héber, filho dele. Depois disso, Salá viveu mais 403 anos. Teve filhos e filhas.

16 e 17 - Héber tinha trinta e quatro anos, quando seu filho Pelegue nasceu. Depois desse nascimento, Héber viveu mais 430 anos. Teve filhos e filhas.

18 e19 - Pelegue tinha trinta anos, quando nasceu o filho dele, Reú. Depois que Reú nasceu, Pelegue viveu 209 anos. Deixou filhos e filhas.

20 e 21 - Reú estava com trinta e dois anos quando seu filho Serugue nasceu. Depois disso, Reú viveu mais 207 anos, e teve fi­lhos e filhas.

22 e 23 - Quando Serugue estava com trinta anos, nasceu Naor, filho dele. Depois que Naor nasceu, Serugue viveu mais 200 anos. Teve filhos e filhas.

24 e 25 - Quando Naor tinha vinte e nove anos de idade, nasceu Terá, filho dele. Depois do nascimento de Terá, Naor vi­veu mais 119 anos. Deixou filhos e filhas.

26 - Aos setenta anos de idade, Terá era pai de três filhos: Abrão, Naor e Harã.

27 - Harã tinha um filho chamado Ló.

28 - Mas Harã morreu cedo. Morreu em Ur dos Caldeus, onde tinha nascido. Terá, o pai dele, ainda vivia quando Harã morreu.

29 - Nesse meio tempo, Abrão e Naor ca­saram. Abrão casou com uma moça cha­mada Sarai. Naor casou com Milca, filha de Harã e irmã de Iscá.

30 - Sarai era estéril. Não tinha filhos.

31 - Terá resolveu partir para a terra de Canaã. Levou com ele seu filho Abraão, seu neto Ló - filho do finado Harã - e sua nora Sarai. Saíram de Ur dos Caldeus para ir a Ca­naã, mas pararam em Harã, e lá ficaram.

32 - Ali morreu Terá, com 205 anos de idade.

 


CAPÍTULO 12

1 - DEPOIS DA MORTE de Terá, Deus disse a Abrão: "Deixe a sua terra e os seus parentes. Vá para uma terra que eu mesmo vou mostrar.

2 - "Faça isso, e eu farei de você o pai de uma grande nação. Abençoarei você e fa­rei que o seu nome fique famoso. E você será uma bênção para outros.

3 - "Abençoarei aqueles que abençoarem você. Amaldiçoarei aqueles que amal­diçoarem você."O mundo inteiro será abençoado por sua causa!"

4 - Abrão obedeceu ao Senhor, e partiu. Estava com setenta e cinco anos quando começou a viagem. Ló foi com ele.

5 - Abrão levou Sarai, sua mulher, Ló, seu sobrinho, e todos os bens e escravos que tinha conseguido em Harã.   Partiram para Canaã e chegaram lá.

6 - Abrão percorreu a terra de Canaã até o carvalho de Moré, perto de Siquém. Acampou ali. Nesse tempo os cananeus viviam na­quele território.

7 - O Senhor apareceu a Abrão, e disse: "Vou dar esta terra aos seus descenden­tes." Abrão construiu um altar ali, para co­memorar o aparecimento do Senhor.

8 - Depois saiu daquele lugar. Viajou pa­ra o sul, até à região montanhosa situada entre Betel, a oeste, e Ai, a leste. Acam­pou ali, fez um altar e orou ao Senhor.

9 - Mais tarde Abrão saiu dali. Seguiu viagem, indo sempre em direção ao Ne­guebe.

10 - Naquela época houve terrível fome na região toda. Abrão desceu ao Egito, para sobreviver.

11, 12 e 13 - Quando estava chegando no Egito, Abrão disse a Sarai, mulher dele: "Você é muito bonita. Quando os egípcios virem você, vão dizer: 'Esta é a mulher dele. Vamos matar o marido e fi­car com a mulher!' Mas se você disser que é minha irmã, eles me tratarão bem por sua causa, e me deixarão com vida.

14 - Foi dito e feito! Mal chegaram no Egito, os egípcios repararam na grande beleza de Sarai.

15 - Os oficiais do palácio real viram Sa­rai. Falaram da beleza dela a Faraó. A mulher de Abrão foi levada para a casa de Faraó!

16 - Faraó tratou bem de Abrão, por cau­sa de Sarai. Com isso Abrão progrediu muito. Logo era dono de muitas ovelhas, bois, jumentos, escravos e escravas, e ca­melos.

17 - Mas o Senhor mandou grandes pra­gas a Faraó e à casa dele, por causa de Sa­rai.

18 e 19 - Faraó mandou chamar Abrão."Que foi que você me fez?" perguntou ele."Por que não disse que ela era sua mulher? Por que disse que era sua irmã? Por isso tomei Sarai para ser minha mu­lher. Agora, aqui está a sua mulher. Vá embora com ela!

20 - Faraó mandou Abrão sair do Egito. E deu ordens para que fosse levado para fora do país por um grupo armado. As­sim saíram Abrão, sua mulher e tudo que possuía.

 


CAPÍTULO 13

1 - SAÍRAM DO EGITO e foram para o norte, para o Neguebe. E Ló ia junto.

2 - Abrão estava muito rico. Tinha muito gado, prata e ouro.

3 - Continuaram na direção norte, indo para o lugar onde tinham acampado an­tes, entre Betel e Ai.

4 - Chegaram ao lugar onde Abrão tinha construído um altar. E ali de novo pres­tou culto ao Senhor.

5 - Ló também estava rico. Possuía mui­tas ovelhas, muito gado e muita gente a serviço dele.

6 - Mas a terra ficou sendo pequena para os dois. Não dava para sustentar as pes­soas e os rebanhos. Não podiam conti­nuar vivendo juntos.

7 - Por isso começaram as brigas entre os pastores de Abrão e de Ló, apesar do pe­rigo em que estavam, pois os cananeus e os ferezeus viviam naquelas terras!

8 e 9 - Vendo a situação, Abrão disse a Ló: "Não devemos estar brigando. Nem os meus pastores com os seus. Somos paren­tes chegados! Veja o que devemos fazer. A terra se estende para todos os lados. Es­colha a parte que você quiser, e ficaremos separados. Se você escolher as terras do lado leste, eu ficarei aqui, no oeste. Se vo­cê preferir ficar no oeste, eu irei para as terras do leste.

10 - Ló olhou a fértil planície do rio Jor­dão, bem regada em toda a extensão. É bom lembrar que isto aconteceu an­tes de Sodoma e Gomorra serem des­truídas. Aquela região era uma beleza! Fazia a gente pensar no jardim que o Senhor plantou no Éden! Era comparável à bela região do Egito, situada a meio caminho de Zoar!

11 - Então Ló escolheu aquela parte: toda a baixada banhada pelo rio Jordão. E partiu para lá, para o leste.

12 - Abrão continuou onde estava, na ter­ra de Canaã. Vivendo na planície, Ló usa­va as cidades daquela região como praças de comércio. E foi avançando, armando as suas tendas cada vez mais adiante, até Sodoma.

13 - Os homens daquelas cidades eram muito maus. Viviam pecando horrivel­mente contra o Senhor.

14 e 15 - Depois que Ló partiu, o Senhor disse a Abrão: 'Olhe até onde sua vista alcançar. Olhe para o norte, para o sul, para o leste e pa­ra o oeste. Toda essa terra eu vou dar a você e aos seus descendentes! E para sem­pre!

16 - "Darei a você muitos descendentes. Tantos, que não dará para contar. Só po­deria contar o número deles quem fosse capaz de contar os grãos do pó da terra!

17 - "Agora, vá e ande por toda essa ter­ra. Examine o território em todo o com­primento e largura dele. Porque é como digo: Eu darei a você toda essa terra!"

18 - Abrão mudou as tendas para o arvo­redo de Manre - dono de um bosque de carvalhos. Esse lugar ficava perto de He­brom. Ali Abrão construiu um altar ao Se­nhor.

 


CAPÍTULO 14

1 - NÃO DEMOROU, e começou uma guerra entre vários reis. De um lado estavam: Anrafel, rei de Sinear, Arioque, rei de Elasar, QuedorIaomer, rei de Elão e Tidal, rei de Goim. Lutaram contra os seguintes reis: Bera, rei de Sodoma, Birsa, rei de Gomorra, Sinabe, rei de Admá, Semeber, rei de Zeboim, e o rei de Belá, cidade depois conhe­cida pelo nome de Zoar.

2 - Os reis de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Belá juntaram os exércitos no vale de Sidim - depois coberto pelo mar Salgado.

4 - Durante doze anos, foram dominados pelo rei Quedorlaomer. Mas no décimo terceiro ano se rebelaram.

5 e 6 - Um ano depois da revolta', Quedor­laomer pôs em marcha os exércitos dele e dos seus aliados. E começaram a matança. Pois derrotaram os seguintes povos: os refains, em Asterote-Carnaim, os zuzins, em Hã, os emins, em Savé-Quiriataim, e os horeus, no monte Seir. Estes foram atacados e derrotados até EI­Parã, que fica na beira do deserto.

7 - Na volta, passaram por En-Mispate - mais tarde chamada Cades. Destruíram todos os amalequitas e amorreus que viviam em Hazazom-Tamar.

8 e 9 - Nisso os exércitos dos reis de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Belá (isto é, Zoar), atacaram as forças de Quedor­laomer, Tidal, Amafel e Arioque. Eram quatro reis contra cinco. Mas os cinco fracassaram e fugiram.

10 - A batalha foí no vale de Sidim – isto é, no futuro Mar Salgado. Esse vale estava cheio de poços de piche. Dos que fugiram, alguns caíram nos poços de piche. Os restantes conseguiram escapar para as montanhas.

11 - Então os vencedores saquearam as cidades de Sodoma e Gomorra, levando embora todas as riquezas e todas as mercadorias que encontraram.

12 - Ló, sobrinho de Abrão, estava morando em Sodoma. Ele e os bens que possuía foram levados também.

13 - Um homem que conseguiu escapar contou a Abrão, o hebreu, o que tínha acontecido. Abrão estava morando no bosque de carvalhos de Manre, o amorreu. Manre era irmão de Escol e de Aner. Os três irmãos eram aliados de Abrão.

14 - Quando Abrão ouviu que seu sobrinho Ló estava preso, não perdeu tempo! Reuniu 318 homens, nascidos nas propriedades dele. Eram os homens mais capazes dos que estavam a serviço dele. Com eles perseguiu o exército de Quedor­laomer até Dã.

15 - De noite mesmo, Abrão chefiou os seus homens num ataque bem sucedido. Os inimigos fugiram, e foram perseguidos até Hobá, ao norte de Damasco.

16 - Abrão recuperou e levou de volta todos os bens que tinham sido saqueados. Libertou o seu sobrinho Ló, os bens dele, e ainda as mulheres e os demais prisioneiros.

17 - Abrão voltou vitorioso da luta contra Quedorlaomer e seus aliados. No vale de Savé - mais tarde chamado vale do Rei - o rei de Sodoma foi ao encontro de Abrão.

18 - Melquisedeque, rei de Salém - futura Jerusalém - também foi ao encontro dele, levando pão e vinho. Melquisedeque era sacerdote do Deus dos mais altos céus.

19 e 20 - Ele abençoou Abrão"dizendo:

"A bênção do Deus supremo, Senhor dos céus e da terra, seja sobre você, Abrão. E bendito seja o Deus supremo, que entregou os seus inimigos a você." Naquela hora Abrão deu a Melquisedeque a décima parte de tudo que tinha.

21 - O rei de Sodoma disse a Abrão: "Dê­me as pessoas que você libertou dos inimigos. Pode ficar com todos os bens que eles saquearam e que você recuperou."

22 e 23 - Mas Abrão respondeu: "Afirmo diante do Deus supremo, o Senhor dos céus e da terra, que não ficará com nada do que pertence a você. Não ficarei nem com uma linha, nem com um cordão de sapato. Assim você nunca poderá dizer: 'Abrão é rico porque eu dei a ele tais e tais coisas. '

24 - "Nada quero para mim. A única coisa que aceito é a comida que os meus rapazes comeram.

"Agora, você pode dar uma parte dos seus bens aos meus aliados, Aner, EscoL e Manre. Eles poderão receber a parte deles, se quiserem."

 


CAPÍTULO 15

1 - DEPOIS DESSES ACONTECIMENTOS, o Senhor falou com Abrão por meio de uma visão. Disse: "Abrão, não tenha medo. Eu defenderei você. E lhe darei muitas bênçãos."

2 e 3 - Abrão respondeu: "á Senhor Deus, de que bênçãos estás falando? Pois não tenho nenhum filho, e o meu herdeiro é o meu mordomo Eliezer. Ele, que não é da minha família, e que é estrangeiro, de Da­masco! Não tendo descendente, ou ele ou algum criado nascido em minha casa her­dará as riquezas que me dás!

4 - Disse, porém, o Senhor: "Não, não! Seu herdeiro não será Eliezer. Nem outro qualquer que não seja seu filho. Você ain­da será pai, e o seu filho herdará tudo que é seu".

5 - Então Deus levou Abrão para fora, em plena noite, e disse: "Olhe para os céus e conte as estrelas, se puder. Assim serão os seus descendentes. Tão numero­sos que não poderão ser contados!"

6 - Abrão creu no Senhor. E Deus consi­derou Abrão justo, por causa dessa fé.

7 - Deus continuou falando com Abrão: "Eu sou o Senhor, que tirei você da ci­dade de Ur dos Caldeus. E fiz isso para lhe dar esta terra para sempre".

8 - Abrão perguntou: "Senhor Deus, co­mo posso ter certeza que esta terra vai ser minha?"

9 - Respondeu o Senhor: "Traga aqui uma novilha, uma cabra e um cordeiro. Cada animal deverá ter três anos. Traga também uma rola e um pombinho".

10 - Abrão obedeceu. Cortou pela metade os três animais, mas as aves não. Colocou as metades em ordem, cada uma em fren­te da outra.

11 - Vinham abutres sobre os cadáveres, mas Abrão os espantava.

12 - De tarde, quando o sol ia descendo no horizonte, Abrão sentiu sono muito forte, e ele se viu no meio de pavorosa es­curidão!

13 - Nessa hora o Senhor disse a Abrão: "Saiba que os seus descendentes terão de viver numa terra estrangeira. Lá eles se­rão tratados como escravos, e terão mui­tos sofrimentos, por 400 anos.

14 - "Mas também eu castigarei a nação que vai fazer essas coisas. E por fim, Abrão, os seus descendentes vão sair da­quele país carregados de riquezas.

15 - "Quanto a você, sossegue! Morrerá em paz, depois de uma velhice feliz.

16 - "Depois de quatro gerações, os seus descendentes voltarão para cá. Porque será naquela ocasião que a maldade dos povos amorreus que vivem aqui vai estar pronta para o castigo total! Por enquan­to, a maldade deles é tolerável."

17 - Finalmente, o sol se pôs de uma vez, e a escuridão normal da noite chegou. Aí Abrão viu um fogareiro lançando fu­maça, e uma tocha de fogo que passou entre os pedaços de carne dos animais sa­crificados.

18 - Naquele mesmo dia, o Senhor fez es­te trato com Abrão: "Já dei este território aos seus descendentes. Os limites destas terras vão desde o ribeiro do Egito até o grande rio Eufrates.

19, 20 e 21 - "Dei a eles estes povos: os queneus, os quenezeus, os cad­moneus, os heteus, os ferezeus, os refains, os amorreus, os cananeus, os girgaseus e os jebuseus."

 


CAPÍTULO 16

1, 2 e 3 - POIS BEM, SARAl e Abrão não ti­nham filhos. Sarai entregou sua cria­da - a egípcia Hagar - a Abrão, como segunda esposa dele."Visto que o Senhor não me deu fi­lhos", Sarai disse a Abrão, "você poderá ter filhos de Hagar. E os filhos dela serão meus". Abrão concordou. Esse arranjo foi feito quando já fazia dez anos que eles moravam na terra de Canaã.

4 - Mas desde o momento em que Hagar viu que estava grávida, ficou orgulhosa e começou a ter desprezo pela patroa dela.

5 - Sarai falou com Abrão: "Você é que devia passar a vergonha que eu estou pas­sando! Entreguei a minha criada a você. Dei a ela a honra de ser sua mulher. E ve­ja agora o que aconteceu. Ela me despre­za! O Senhor julgue este caso entre nós.

6 - "Você pode castigar a criada egípcia como quiser", disse Abrão. Sarai castigou Hagar de modo humi­lhante, e ela fugiu.

7 - O Anjo do Senhor encontrou Hagar perto de uma fonte no deserto, ao lado da estrada de Sur.

8 - Disse o Anjo: "Hagar, criada de Sa­rai, de onde você vem e para onde está querendo ir?" Respondeu Hagar: "Estou fugindo da minha patroa."

9, 10, 11 e 12 - Disse o Anjo: "Volte para a sua pa­troa. Humilhe-se. Faça o que digo, pois vou fazer de você uma grande nação. Será tão numerosa que nin­guém poderá contar o povo. Você está grávida e vai ter um filho. Dê a ele o nome de Ismael - que quer dizer 'Deus ouve'. Porque o Senhor deu ouvidos às suas dores e quei­xas. O seu filho será um tipo livre e indomável como um jumento selva­gem! Ele estará sempre contra todo mundo, e todo mundo contra ele. E viverá perto de todos os povos des­cendentes do pai dele."

13 - Hagar orou ao Senhor - pois o Senhor é que tinha falado com ela. Orou dizen­do: "Tu és Deus que vê." Depois ela dizia às pessoas: "Ali eu olhei para Aquele que me vê!"

14 - Por isso aquela fonte passou a ser chamada Beer-Laai-Roi, que significa "Fonte do Ser Vivo que Me vê". Está si­tuada entre Cades e Berede.

15 - Assim Hagar deu um filho a Abrão. Abrão deu ao menino o nome de Ismael - confirmando o nome dado pela mãe.

16 - Abrão tinha oitenta e seis anos quan­do Ismael nasceu.

 


CAPÍTULO 17

1 - QUANDO ABRÃO ESTA VA com noventa e nove anos de idade, o Se­nhor apareceu a ele, e disse: "Eu sou o Deus Todo-poderoso. Seja obediente a mim, e viva como Eu mandar.

2 - "Farei um contrato com você, garan­tindo que farei dos seus descendentes um povo grande e numeroso."

3 - Vendo que Deus falava com ele, Abrão se lançou ao chão, rosto em terra. Disse Deus:

4 - "O contrato que faço é garantia para você. Farei com que você seja pai de mui­tas nações.

5 - "Por isso mudo o seu nome de Abrão para Abraão. Em vez de Abrão, que quer dizer 'Pai Elevado', você se chamará Abraão, que significa 'Pai de Nações'. Porque é isso que você vai ser. Sou eu que digo isto!

6 - "Darei a você milhões de descenden­tes, que formarão muitas nações. Entre os seus descendentes haverá reis.

7 e 8 - "Este acordo que proponho será com você e com os seus descendentes, ge­ração após geração. É contrato que vale para sempre. E o trato é que serei o seu Deus e o Deus dos seus descendentes. E darei a eles esta terra de Canaã, que você já conhece bem. Será deles para sempre. E eu serei o Deus deles.

9 e 10 - "Agora veja a sua parte no contra­to, " disse Deus a Abraão. Você terá de obedecer aos regulamentos do contrato. O primeiro ponto é que você mesmo e to­dos os seus descendentes, do sexo mascu­lino, têm de ser circuncidados.

11 - "A circuncisão será o sinal do nosso contrato. É prova de que você e os seus descendentes aceitam o meu contrato.

12, 13 e 14 - "A circuncisão será feita quando o menino tiver oito dias. E todas as pessoas do sexo masculino terão de ser circunci­dadas. Isto vale também para os escra­vos. Tanto para os nascidos em casa, co­mo para os comprados de fora. Este regu­lamento é permanente para todos os seus descendentes. Quem não obedecer, será cortado do povo dele. Porque desobede­ceu aos termos do meu contrato. Quebrou a minha aliança!"

15 - Deus continuou falando: "Sarai também vai mudar de nome. Ela se chamará Sara, que quer dizer 'Princesa'.

16 - "Abençoarei Sara e darei a você um filho dela. Sim, abençoarei Sara e farei que ela seja mãe de nações! Muitos reis estarão entre os descendentes dela."

17 - Então Abraão se lançou ao chão, em atitude de adoração. Mas estava rindo por dentro, sem poder acreditar! "Eu, pai?!", pensava ele."Eu, com cem anos de idade, vou ser pai?! E Sara, com no­venta anos, vai ter criança?!"

18 - Abraão disse a Deus: "Ah sim, de­certo vais abençoar Ismael!"

19 - "Não é isso não!" disse Deus."O que prometo é que Sara mesmo - a sua mulher - vai ter um filho. E você deverá dar a ele o nome de Isaque, nome que sig­nifica 'Ele Riu'. E firmarei o meu contra­to com ele e com os descendentes dele, pa­ra sempre.

20 - "Não quer dizer que vou esquecer Is­mael. Como você pediu, eu abençoarei Ismael e farei que ele tenha muitos descen­dentes. Doze príncipes estarão entre os descendentes dele. Ismael será o pai de uma grande nação.

21 - "Mas o meu contrato é outra coisa! A minha aliança será com Isaque. E ele vai nascer daqui a um ano."

22 - Terminada essa conversação, Deus se retirou.

23 - Imediatamente Abraão tratou de obedecer ao que Deus tinha mandado. Naquele mesmo dia fez com que todos os meninos e homens da casa dele fossem circuncidados. Foram operados Ismael e todos os escravos - os nascidos em casa e os comprados de fora. Como Deus tinha mandado.

24, 25, 26 e 27 - Nessa ocasião, Abraão tinha noventa e nove anos, e Ismael tinha treze. Os dois foram circuncidados no mesmo dia. Como também todos os meninos e homens da casa de Abraão, incluindo os escravos todos - os nascidos em casa e os comprados doutra gente.

 


CAPÍTULO 18

1 - ABRAÃO MORAVA NO bosque de carvalhos de Manre. Um dia o Se­nhor apareceu de novo a ele. Foi assim: Na hora mais quente do dia, Abraão estava sentado junto da entrada da tenda. De repente viu três homens de pé, ali per­to. Depressa correu até onde estavam, e deu as boas-vindas a eles.

3, 4 e 5 - "Senhores", disse Abraão, "tenham a bondade de ficar aqui e descansar um pouco. Vou mandar trazer água para que se refresquem. Descansem à sombra desta árvore. Vou preparar uma refeição, para que ganhem novas forças para a via­gem." "Está bem, " disseram eles."Aceita­mos. Pode fazer o que disse."

6 - Abraão correu à tenda e disse a Sara: "Faça depressa uns pães para várias pes­soas. Use a nossa melhor farinha!"

7 - Depois ele mesmo foi ao pasto, esco­lheu um belo novilho, e mandou um cria­do preparar carne para o almoço dos três hóspedes.

8 - Tudo pronto, Abraão levou a comida aos homens. Serviu também coalhada e leite. E ficou ali debaixo da árvore, fazen­do companhia a eles enquanto comiam.

9 - "Onde está Sara, sua mulher?" per­guntaram eles."Está ali na tenda, " respondeu Abraão.

10 - Um deles disse: "Daqui a um ano tor­narei, a visitar vocês. Então Sara terá um filho."      Sara estava na entrada da tenda, atrás dele, e escutou o que disse.

11 - Abraão e Sara eram muito velhos. As condições físicas de Sara já não permi­tiam que ela tivesse filhos.

12 - Por isso, Sara riu por dentro, pen­sando: "Uma velha como eu, ainda vai ter a alegria de ter um bebê?! E com um marido mais velho ainda?!'

13 e 14 - O Senhor disse a Abraão: "Por que Sara riu? Por que pensou ela: 'Como pode uma velha como eu ter filho?' Por acaso existe alguma coisa difícil demais para Deus? Pois torno a dizer: No ano que vem voltarei aqui, e Sara vai ter um filho."

15 - Ao ouvir isso, Sara ficou com medo. Mentiu, dizendo: "Eu não ri, não." Mas o Senhor disse a ela: "Não diga isso. Vo­cê bem sabe que riu."

16 - Enfim os homens foram embora. To­maram a direção de Sodoma. Abraão foi com eles até uma certa distância.

17 - "Será que vou esconder o meu plano a Abraão?" perguntou o Senhor.

18 - "Pois Abraão virá a ser uma grande nação. Além disso, ele vai ser instrumen­to de bênção para todas as nações da ter­ra!

19 - E fui eu mesmo que escolhi Abraão, para que tenha família e descen­dentes fiéis a mim. Gente que seja justa e bondosa - para que eu faça por Abraão tudo o que prometi."

20 - Por isso disse o Senhor a Abraão: "Chegou até mim uma grande queixa contra Sodoma e Gomorra. A queixa de que aquelas cidades estão cheias de peca­do e corrupção.

21 - "Vou descer até lá para ver se é as­sim. Vou saber pessoalmente se é ou não."

22 e 23 - Dois daqueles homens foram para Sodoma. Mas o Senhor ficou mais um pouco com Abraão. Abraão chegou perto dEle, e disse: "O Senhor seria capaz de matar os bons juntamente com os maus?

24 e 25 - "Se encontrar na cidade, digamos, cinqüenta pessoas que respeitem o Se­nhor, vai destruir a cidade? Não deixará viver o povo por amor daqueles cinqüenta bons cidadãos? Não seria justo! Certa­mente que o Senhor não fará uma coisa dessas. Matar os que O amam junto com os que O desprezam! Fazendo assim, es­taria igualando os justos aos injustos, os bons aos maus! Claro que não fará isto! Não é justo o Juiz de toda a terra?"

26 - O Senhor respondeu: "Se eu achar dentro da cidade de Sodoma cinqüenta justos, não destruirei a cidade, por amor a eles".

27 e 28 - Abraão falou de novo: "Sei que sou pó e cinza. Mas comecei a falar ao Se­nhor e devo continuar: "Se aos cinqüenta de que falei, faltarem cinco? Por causa destes cinco que faltarem, o Senhor des­truirá toda a cidade?" Disse Deus: "Não destruirei a cidade, se achar nela quarenta e cinco justos".

29 - Abraão tornou a falar: "E se achar ali quarenta justos?" Respondeu o Senhor: "A cidade não será destruída, por causa dos quarenta".

30 - Abraão insistiu: "Peço que tenha pa­ciência, Senhor. Se forem trinta os jus­tos ?" O Senhor respondeu: "Não destruirei a cidade, em atenção aos trinta".

31 - Abraão não parou. Disse ainda: "Sei que estou abusando, mas, por favor: Se achar vinte justos?" O Senhor respondeu: "Não destruirei a cidade, por amor aos vinte."

32 - Disse por fim Abraão: "Tenha pa­ciência o Senhor. Vou falar só mais esta vez. Se encontrar só dez justos ?" O Senhor respondeu: "Não destruirei a

cidade por amor aos dez".

33 - Quando acabaram esta conversação, o Senhor se retirou. E Abraão foi para ca­sa.

 


Capítulo 19

1 - QUANDO ESTAVA ANOITECEN­DO, naquele mesmo dia, os dois ho­mens chegaram à entrada de Sodoma. Ló estava sentado por ali. Quando viu os dois chegando, Ló se levantou e correu dar as boas-vindas a eles.

2 - Disse Ló: "Senhores, venham à mi­nha casa. Serão meus hóspedes. Amanhã cedo poderão seguir viagem."

"Não, obrigado, " disseram eles."Va­mos conhecer a cidade. Passaremos a noi­te na praça pública."

3 - Mas Ló insistiu muito. Eles acabaram aceitando o convite. Ló ofereceu a eles um grande banquete. Não faltaram uns pães sem fermento, que tinham acabado de sair do forno.

4 e 5 - Quando estavam se preparando para dormir, aconteceu uma coisa horrível! Todos os homens da cidade cercaram a casa. Moços e velhos sodomitas, gritaram a Ló: "Traga para fora os homens que es­tão aí! Queremos usá-los como mulher!

6, 7 e 8 - Ló saiu depressa, fechou a porta atrás dele, e disse aos homens: "Por fa­vor, meus irmãos! Peço que não façam essa maldade! Escutem! Tenho duas fi­lhas virgens; eu entrego as duas a vocês, para que façam o que quiserem! Deixem os meus hóspedes em paz. Eles contam com a minha proteção."

9 - "Saia da frente!" gritaram os sodo­mitas."Quem você pensa que é? Ora, deixamos este sujeito morar em nossa ci­dade, e agora quer ser nosso juiz! Pois va­mos fazer com você coisa pior do que com eles!" E avançaram contra Ló, dis­postos a arrombar a porta e invadir a ca­sa.

10 e 11 - Mas os hóspedes fizeram Ló entrar depressa em casa e fecharam a porta. De­pois deixaram cegos os homens que esta­vam na rua - todos, do mais jovem ao mais velho. Ficaram na maior confusão, tentando em vão achar a porta.

12 e 13 - "Que parentes você tem nesta cida­de?" perguntaram os hóspedes a Ló."Leve todos embora daqui - genros, fi­lhos, filhas, e quem mais houver. Pois va­mos destruir a cidade completamente. A Queixa contra ela cresceu muito e chegou ao céu. Por isso O Senhor nos mandou destruir a cidade."

14 - Ló correu falar com os noivos das suas filhas."Tratem de sair já da cida­de, " disse ele."Ela vai ser destruída pelo Senhor." Mas os moços acharam que ele estava brincando, e não deram ouvidos.

15 - No dia seguinte, bem cedo, os anjos mostraram pressa."Rápido!" disseram a Ló."Pegue sua mulher e suas duas filhas que estão aqui, e saiam enquanto podem! Estão correndo o risco de morrer com a destruição da cidade!"

16 - Mas Ló não se apressou. Então os anjos tomaram as mãos dele, da mulher e das filhas, e puxaram os quatro para fora da cidade. A esse ponto o Senhor teve mi­sericórdia deles!

17 - Quando já estavam fora da cidade, um dos anjos disse: "Fujam! Corram sem parar, e sem olhar para trás. Não fiquem no vale. Vão para as montanhas e só pa­rem quando chegarem lá. Só assim esca­parão com vida!"

18, 19 e 20 - "Oh, não!" exclamou Ló. Para as montanhas não, por favor! Desde que fo­ram tão bondosos comigo, salvando mi­nha vida, mostrando piedade, deixem que eu vá para aquela cidade pequenina. É tão pequena que não faz mal que não seja destruída. Eu bem podia fugir para lá e ficar a salvo."

21 e 22 - "Está bem, " disse o anjo."Aceito sua proposta, e não destruirei aquela ci­dade. Mas vá depressa. Não posso fazer nada, enquanto você não chegar lá." Daí em diante aquela povoação passou a ser chamada Zoar, que quer dizer "Ci­dadezinha".

23 - O sol estava aparecendo no horizon­te, quando Ló entrou em Zoar.

24 e 25 - Então o Senhor fez chover fogo e enxofre em Sodoma e Gomorra. Destruiu completamente Sodoma, Gomorra e as demais cidades da planície. Destruiu to­das as formas de vida de região - gente, plantas e animais.

26 - Nisso a mulher de Ló olhou para trás e virou uma estátua de sal!

27 - Naquela manhã Abraão madrugou, e foi até o lugar onde tinha ficado diante do Senhor.

28 - Dali olhou a campina, para Sodoma e Gomorra. E viu colunas de fumaça su­bindo da região toda. Era fumaça como de uma grande fornalha!

29 - Assim Deus, pensando em Abraão, tirou Ló daquela região, antes de destruir tudo lá.

30 - Estranho é que Ló depois ficou com medo de morar em Zoar, e foi para as montanhas. Ficou morando numa caver­na, junto com as duas filhas.

31 e 32 - Foi quando a mais velha disse à ir­mã: "Em todo esse território não existe homem nenhum para casar conosco. Nos­so pai está velho, e logo não poderá ter fi­lhos. Vamos dar vinho a ele. Ficando em­briagado, cada uma de nós se deitará com ele. Assim teremos descendentes e a nossa família não desaparecerá".

33 - Naquela mesma noite, embebedaram o pai, e a filha mais velha se deitou com ele. Tiveram relação sexual, mas ele esta­va tão bêbedo que nem percebeu o que houve. Não viu quando ela se deitou, nem quando se levantou.

34 - No dia seguinte, a mais velha contou à irmã o que tinha feito, e disse: "Vamos fazer a mesma coisa hoje. Vamos dar vi­nho ao nosso pai, e depois você se deita com ele. É preciso fazer isso para garantir que a nossa família não desapareça."

35 - Embebedaram o pai de novo naquela noite. A filha mais nova se deitou com ele. E como da vez anterior, ele nem per­cebeu o que aconteceu.

36 - Desse modo, as duas irmãs ficaram grávidas do próprio pai.

37 - O filho da mais velha se chamou Moabe. Os descendentes dele são os moa­bitas.

38 - O filho da mais nova recebeu o nome de Ben-Ami. Os descendentes dele são os amonitas.

 


CAPÍTULO 20

1 - NESSE MEIO TEMPO, Abraão mudou para o Neguebe ao sul. Ocu­pou terras entre Cades e Sur, e morou em Gerar.

2 - Abraão fez saber ao povo que Sara era sua irmã. Por isso Abimeleque, rei de Gerar, mandou buscar Sara para ele.

3 - Certa noite, Deus veio a Abimeleque por meio de sonhos, e disse: "Você vai ser castigado com a morte, porque a mulher que mandou trazer é casada."

4 e 5 - Mas Abimeleque não tinha tocado em Sara. Por isso disse: "Senhor, o Se­nhor seria capaz de matar inocentes? Pois foi Abraão mesmo que me disse: 'Ela é minha irmã. ' E ela confirmou, dizendo: 'ele é meu irmão'. Em tudo isso estou sen­do sincero. Não tive nenhuma intenção má."

6 - Ainda em sonhos, disse Deus: "Sim, Eu sei. Por isso mesmo não deixei você tocar nela. E assim impedi você de pecar contra mim.

7 - Agora, trate de devolver Sara ao mari­do dela. Ele orará em seu favor - pois é profeta. Assim você poderá continuar vi­vo. Mas saiba que se você não devolver a mulher a Abraão, você e todos os seus morrerão. '

8 - Ainda estava escuro quando Abimel­que se levantou e reuniu todo o pessoal em serviço no palácio. Ouvindo dele o que tinha acontecido, todos ficaram cheios de medo.

9 e 10 - Depois o rei mandou chamar Abraão."O que você está querendo fazer com a gente?" perguntou."O que eu fiz contra você, para que me levasse a tama­nho pecado? Esse pecado seria uma des­graça para mim e para o meu reino! Você agiu mal! Quem podia desconfiar que vo­cê ia fazer uma coisa dessas? Que você es­perava ganhar, fazendo isso?"

11, 12 e 13 - "Bem, " respondeu Abraão, "o ca­so é que tive medo de ser morto por causa dela. Pensei comigo: 'Decerto este povo não respeita a Deus. Os homens vão que­rer minha mulher e me matarão por ela'. Além disso ela é de fato minha irmã. Quer dizer, meia-irmã. Ela e eu temos o mesmo pai. Por parte de pai somos ir­mãos. E nos casamos. Quando Deus me mandou sair de casa para terras estrangei­ras, eu disse a Sara: 'Em todo lugar aonde formos, faça o favor de dizer que é minha irmã'.

14 e 15 - Então o rei Abimeleque devolveu Sara e deu de presente a Abraão ovelhas, bois, criados e criadas. Além disso, deu toda a liberdade a Abraão para morar on­de quisesse. Disse o rei: "O meu território está à sua disposição. Escolha o lugar que quiser, para viver".

16 - Depois disse a Sara: "Lamento a ver­gonha pela qual você passou. Para com­pensar isso, dou mil moedas de prata a Abraão. Dou isso a ele na qualidade de ir­mão seu. Esta minha atitude significa que você é declarada sem culpa, diante de to­dos".

17 e 18 - Abraão orou, pois, a Deus. E Deus curou o rei, a rainha e as criadas do palácio, podendo elas ter filhos. Porque o Senhor tinha tornado estéreis todas as mulheres da casa do rei. Esse foi o castigo dado pelo Senhor a Abimeleque por cau­sa de Sara, mulher de Abraão.

 


CAPÍTULO 21

1 e 2 - O SENHOR FEZ o que tinha prome­tido, e Sara deu um filho a Abraão, em plena velhice. E foi no prazo indicado por Deus.

3 e 4 - Abraão deu ao menino o nome de Isaque, como Deus tinha mandado. E oi­to dias depois do nascimento, circuncidou Isaque, conforme a ordem recebida de Deus.

5 - Abraão tinha cem anos de idade, quando nasceu Isaque.

6 e 7 - Sara disse na ocasião: "Deus me fez rir. E todos os que souberem disto vão rir comigo. Pois nem em sonhos alguém po­deria pensar que eu ainda ia ter um filho! E aí está: dei um filho a Abraão, na velhi­ce dele!"

8, 9 e 10 - Passou o tempo e o menino cresceu. Quando Isaque foi desmamado, Abraão fez uma grande festa. Mas Sara viu o fi­lho de Hagar caçoando de Isaque. Sara pediu a Abraão: "Mande embora de casa a escrava Hagar e o filho dela. Ismael não há de ser herdeiro junto com o meu filho Isaque! "

11 - Abraão ficou muito aborrecido, por­que, afinal, Ismael era filho dele.

12 e 13 - Mas Deus disse a Abraão: "Não se preocupe com o rapaz, nem com a escra­va. Atenda ao que Sara diz, pois por meio de Isaque é que vou cumprir as promessas que fiz a você. Mas dos descendentes do filho da escrava vou fazer uma grande nação. Isto porque ele também é seu fi­lho."

14 - No dia seguinte, Abraão se levantou bem cedo. Pôs um bornal com alimentos e um cantil de água nos ombros de Hagar, e mandou embora a mãe e o filho. Ela fi­cou vagando pelo deserto de Berseba, sem saber aonde ir.

15 e 16 - Quando acabou a água do cantil, Hagar colocou o menino debaixo de uma moita. Depois se afastou e se sentou a mais de duzentos metros de distância. Fez isso, pensando: "Não quero assistir à morte do menino". E ali ficou ela, cho­rando amargamente.

17 e 18 - Mas Deus ouviu a voz do menino e, do céu, o anjo de Deus chamou Hagar. Disse ele: "Hagar, que aconteceu? Não tenha medo! Deus ouviu a voz do meni­no, dali onde ele está. Vamos! Levante-­se! Vá lá e trate de animar o rapaz. Pois vou fazer uma grande nação dos descen­dentes dele".

19 - Deus abriu os olhos de Hagar, e ela viu um poço de água. Foi lá, encheu o cantil, e deu água ao filho.

20 e 21 - Deus abençoou o rapaz. Ele cres­ceu, vivendo no deserto de Parã, e veio a ser flecheiro. Hagar arranjou casamento para ele, com uma jovem egípcia.

22 e 23 - Mais ou menos nesse tempo, o rei Abimeleque e Ficol, comandante do exército do rei, vieram a Abraão e disse­ram: "Vemos claramente que Deus ajuda você em tudo que faz. Façamos um trato sério. Prometa que não enganará nem a mim, nem ao meu filho, nem ao meu ne­to. Prometa que tratará o meu país com a mesma bondade com que tratei você".

24 - Abraão respondeu: "Prometo."

25 - Mas Abraão não deixou de apresen­tar uma reclamação. E era que os homens do rei tinham tomado à força um poço, atacando os homens de Abraão.

26 - "Só agora estou sabendo disto!" ex­clamou Abimeleque."Não tenho idéia de quem seja o culpado. Por que não me contou antes?"

27 - Diante disso, Abraão deu ovelhas e bois a Abimeleque, para selar o acordo de paz.

28 e 29 - Mas quando Abraão separou sete cordeiras do rebanho, Abimeleque per­guntou: "Por que você separou estas sete cordeiras?',

30 - Abraão respondeu: "Dou estas sete cordeiras a você, como declaração públi­ca de que este poço é meu."

31 - Por isso aquele poço tomou o nome de Berseba, que quer dizer 'Poço do Jura­mento'. Pois foi ali que eles fizeram o so­lene trato de amizade.

32 - Depois que foi feito o acordo, os fi­listeus Abimeleque e Ficol voltaram para casa.

33 - Dando importância ao acontecimen­to, Abraão plantou uma tamargueira per­to do poço de Berseba, Depois orou ao Senhor, pedindo a presença do Deus eter­no.

34 - Abraão morou muito tempo no ter­ritório dos filisteus.

 


CAPÍTULO 22

1 - DEPOIS DE ALGUM tempo, Deus pôs à prova a fé e obediência de Abraão."Abraão!", chamou Deus."Aqui estou, Senhor, " respondeu Abraão.

2 - Disse Deus: "Tome o seu filho - sim, o seu filho único, Isaque - a quem você tanto ama. Vá com ele à terra de Moriá. Lá mostrarei um dos montes. Nesse monte, sacrifique o seu filho Isaque, como oferta queima­da."

3 - Na manhã seguinte, Abraão levantou cedo da cama. Rachou lenha para o fogo do sacrifício, preparou o jumento, cha­mou dois criados e Isaque, e foi com eles para onde Deus tinha dito que fosse.

4 - Depois de três dias de caminhada, Abraão viu de longe o lugar.

5 - "Fiquem aqui com o jumento, " disse ele aos criados."Eu e o rapaz vamos um pouco mais adiante. Vamos oferecer cul­to a Deus, e logo voltaremos para cá."

6 - Abraão colocou a lenha nos ombros de Isaque. E foram juntos. Isaque carre­gava a lenha, e Abraão levava um facão e uma tocha de fogo.

7 e 8 - Andaram um pouco, e Isaque falou: "Pai! " "Que é, meu filho?", respondeu Abraão. O filho perguntou: "Temos lenha e fogo, mas onde está o cordeiro para o sacrifício?" "Deus proverá o cordeiro, meu filho, " respondeu Abraão. E continuaram andando juntos.

9 e 10 - Finalmente chegaram ao lugar indi­cado por Deus. Abraão construiu um al­tar, arrumou a lenha, amarrou seu filho Isaque e o colocou em cima da lenha, no altar. Depois pegou o facão para matar o filho.

11 - Nesse momento o Anjo do Senhor gritou do céu: "Abraão! Abraão!" "Aqui estou, Senhor!" respondeu ele.

12 - "Deixe o rapaz viver, " disse o Anjo."Não lhe faça nada. Bem sei que Deus está acima de tudo em sua vida. Pois você não me negou nem mesmo o seu amado filho, o seu único filho!"

13 - Nisso Abraão viu um carneiro preso pelos chifres numas moitas. Pronto! Ali estava, o animal para o sacrifício. Abraão ofereceu o carneiro como oferta queima­da ao Senhor, em lugar de Isaque.

14 - Abraão deu ao lugar o nome de “Deus Proverá". E por esse nome é co­nhecido até hoje.

15, 16, 17 e 18 - Então, pela segunda vez, o Anjo do Senhor gritou do céu a Abraão. Disse: "Dou a minha palavra diz o Senhor: Como você me obedeceu e não me negou o seu filho único, abençoarei você com muitas bênçãos. Multiplicarei os seus des­cendentes, de modo que serão muitos mi­lhões. Serão incontáveis, como as estrelas dos céus e como, a areia das praias. Os seus descendentes dominarão os inimigos deles. E serão uma bênção para todas as nações de terra. Sim, pois você me obe­deceu."

19 - Assim, pai e filho voltaram aos cria­dos, e viajaram para Berseba, onde mora­vam.

20, 21, 22 e 23 - Depois desses acontecimentos, che­gou a informação de que Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão, tinha dado ao marido estes oito filhos: Uz, o mais velho, Buz, o segundo em idade, Quemuel, pai de Arã, Quésede, Hazo, Pildas, Jidlafe e Betuel, pai de Rebeca.

24 - A notícia dizia também que Naor ti­nha de sua concubina Reumá estes quatro filhos: Tebá, Gaã, Taás e Maaca.

 


 

CAPÍTULO 23

1 e 2 - QUANDO SARA ESTAVA com 127 anos, morreu em Quiriate-Arba, isto é, Hebrom, na terra de Canaã. Abraão chorou por ela.

3 - Depois, de pé ao lado do corpo, disse aos homens de Hete:

4 - "Sou estrangeiro, mas moro com vo­cês, na mesma terra. Vendam-me" por fa­vor, um terreno próprio para enterrar mi­nha mulher."

5 e 6 - "Decerto que sim!" respondeu eles."Você é um nobre príncipe de Deus entre nós. É um privilégio ceder a melhor sepul­tura. A escolha é sua."

7, 8 e 9 - Abraão se inclinou diante deles e dis­se: "Como estão sendo tão amáveis, fa­lem por mim com Efrom, filho de Zoar. Peçam a ele que me venda por justo preço a caverna de Macpela, nos últimos limites da fazenda dele. Se ele concordar, ali será o cemitério da minha família.

10 - Efrom estava sentado entre os heteus ali reunidos. Ao ouvir isso, tomou a pala­vra e respondeu a Abraão na presença de todos. Deste modo, sua resposta foi uma declaração pública, diante dos cidadãos da cidade.

11 - "Senhor, " disse ele a Abraão, "por favor, me escute. Dou a você a caverna e o campo onde ela está. Em público, na presença do meu povo, dou esse presente a você. Bode providenciar já o enterro."

12 e 13 - Abraão se inclinou de novo diante do povo, e disse a Efrom, na presença dos heteus reunidos."Que bom que você con­corda em ceder o terreno'. Mas eu quero pagar o preço dele. Depois de pagar, vou fazer o enterro da minha mulher."

14 e 15 - "Bem, o terreno custa 400 moedas de prata, " disse Efrom."Mas que é isso para nós, que somos amigos? Não pense nisso. Vá fazer o enterro da sua morta."

16 - Ouvindo isso, Abraão concordou com o preço. Contou 400 moedas de pra­ta e pagou esse preço a Efrom, na presen­ça do povo heteu. O pagamento foi feito na moeda corrente entre os comerciantes.

17 e 18 - Esta foi a propriedade comprada: O campo de Efrom, em Macpela, perto de Mame. O campo, abrangendo a caver­na e as árvores. O acordo foi feito em público, na presença de todos os homens de Hete que moravam na cidade. Assim aquela propriedade passou a pertencer a Abraão, com direito permanente sobre ela.

19 e 20 - Assim Abraão enterrou sua mulher Sara na caverna do campo de Macpela, perto de Manre. O terreno foi cedido pelos heteus a Abraão para ser usado como pequeno cemitério particular.

 


CAPÍTULO 24

1 - ABRAÃO ERA UM homem muito idoso. O Senhor tinha abençoado a ele em tudo.

2, 3 e 4 - Um dia Abraão falou com o mordo­mo da sua casa - seu criado mais antigo. Disse: "Pense na seriedade do que vou falar. Quero que você prometa diante de Deus que não deixará meu filho casar com moça nenhuma deste país. Com nenhuma filha de cananeus. Prometa que irá à mi­nha terra natal, procurar mulher para Isaque, entre os meus parentes de lá."

5 - "Mas, e se a moça que eu achar não quiser vir para cá?" perguntou o mordo­mo."Neste caso, deverei levar Isaque lá, para morar com os seus parentes?"

6, 7 e 8 - "Cuidado!", disse Abraão. Não faça isso de jeito nenhum! O Senhor, Deus do céu, me mandou sair de lá e dei­xar o meu povo. E prometeu dar esta ter­ra a mim e aos meus descendentes. Ele mandará o Seu anjo adiante de você. Pro­videnciará que você encontre ali uma jo­vem para ser mulher do meu filho. Se a mulher não quiser vir, você está livre do seu compromisso comigo. Mas torno a di­zer: Não leve meu filho para lá."

9 - Assim o criado fez o gesto costumeiro de garantia da palavra dada, e prometeu seguir as ordens de Abraão.

10 - Escolheu dez camelos de Abraão, carregou todos eles com partes das me­lhores coisas do seu patrão, e viajou para a Mesopotâmia, b para a cidade de Naor.

11 - Quando chegou perto da cidade, fez os camelos ajoelharem perto de um poço de água. Foi no entardecer, hora em que as moças iam buscar água.

12, 13 e 14 - "Ó Senhor, Deus do meu senhor Abraão, " orou ele em silêncio."Mostre bondade para com meu patrão, e ajude-­me a fazer o que ele me pediu. O Senhor vê que estou perto desta fonte. As moças da cidade vêm vindo tirar água. Peço isto: Quando eu pedir a uma delas água para beber, que a resposta mostre se é ela ou não a que procuro. Se ela "disser logo: 'sim, beba à vontade. E vou dar de beber aos seus camelos também', essa será a mulher que o Senhor escolheu para casar com Isaque. E assim saberei que o Se­nhor já mostrou a Sua bondade para com o meu patrão neste assunto."

15 e 16 - Ainda não tinha terminado a oração, quando chegou uma bela moça virgem chamada Rebeca. Trazia um jarro nos ombros. Desceu à fonte, encheu de água o jarro, e tornou a subir. O pai de Rebeca era Betuel, filho de Naor e de Milca.

17 - O mordomo de Abraão foi ao encon­tro dela e disse: "Dê-me um pouco de água do seu jarro para beber."

18 e 19 - "Pois não, senhor, " disse ela. E abaixou logo o jarro para ele poder be­ber. Depois disse: "Vou tirar água para os seus camelos também. Para todos eles."

20 - Disse e fez. Despejou depressa a água do jarro no bebedouro dos animais e cor­reu ao poço para tirar mais água. E fez is­so até todos os camelos terem bebido o bastante.

21 - Enquanto isso o homem ficou ali ob­servando em silêncio. Queria ver se o Se­nhor já tinha levado a sua viagem a bom fim, ou não. Aquela jovem completaria o trabalho?

22 - Finalmente os camelos acabaram de beber. Então o homem deu à moça um pendente de ouro pesando dez gramas, e duas pulseiras de ouro pesando quase cento e cinqüenta gramas.

23 - "Moça, quem é seu pai?" perguntou ele."Será que seu pai poderia alojar a mim e aos que me acompanham?"

24 e 25 - Ela respondeu."Meu pai é Betuel, filho de Milca e de Naor. Decerto que ele pode hospedar vocês. Temos palha e muito pasto para os animais, e quartos para hóspedes."

26 - O homem se inclinou e adorou ao Senhor.

27 - "Graças dou, Senhor Deus do meu senhor Abraão, " orou ele."Bendito seja o Seu nome! Agradeço porque o Senhor tem sido bondoso e verdadeiro para com ele. E me trouxe à casa dos parentes do meu senhor!"

28 - A jovem correu para casa e contou à família tudo o que tinha acontecido.

29 e 30 - Labão, irmão de Rebeca, ao ver o pendente e as pulseiras nas mãos da irmã, mal ouviu o que ela contou. Correu para a fonte. O homem estava parado lá, perto dos camelos, ao lado da fonte.

31 - Disse Labão: "Venha para dentro da cidade e da nossa casa, bendito do Senhor. Por que ficar aí fora? Temos alojamentos para você e seus homens, e lugar para os camelos - tudo pronto!"

32 - O homem foi com ele para casa. Lá descarregaram os animais e deram pasto a eles. Deram água, ao hóspede e aos ajudantes dele, para lavarem os pés.

33 - Quando serviram comida ao homem, ele disse: "Não posso comer, enquanto não disser porque estou aqui." "Está certo, " respondeu Labão."Conte o motivo da sua viagem."

34, 35 - "Sou criado de Abraão, " começou ele."O Senhor abençoou muito o meu patrão, e ele veio a ser um grande homem no país onde mora. Deus deu a ele muitas ovelhas e bois. Deu também grande fortuna em prata e ouro, além de camelos e jumentos.

36 - "Sara, mulher de Abraão, era muito idosa quando deu um filho a ele. Meu patrão deu ao filho tudo quanto tem.

37 e 38 - Abraão me fez prometer que não deixaria sair casamento entre Isaque, filho dele, e mulher nenhuma da terra de Canaã. E me mandou procurar esposa para o filho entre os parentes dele.

39 - Mas, e se a moça não quiser vir comigo para cá?' perguntei.

40 e 41 'Ela virá, ' disse ele, 'pois o meu Senhor, na presença de quem eu ando, vai providenciar tudo. Ele vai mandar o Seu anjo junto, e você terá sucesso. Sim, você vai encontrar esposa para Isaque entre os meus parentes, na família do meu irmão. Não deixe de cumprir esta promessa. Mas, se não deixarem a moça vir, então você estará livre deste compromisso. '

42, 43 e 44 - "Pois bem, hoje cheguei à fonte e orei ao Senhor. 'Ó Senhor, Deus do meu senhor Abraão, ' disse eu, 'se o Seu plano é que eu tenha sucesso nesta missão, guie­me agora. Aqui estou ao lado desta fonte. Vou pedir a alguma jovem que venha buscar água: "Por favor, deixe que eu beba um pouco de água." Se ela responder: "Claro! E vou dar de beber aos seus camelos também!" Seja essa a moça que o Senhor escolheu para casar com o filho do meu senhor. '

45 - "Pois eu estava falando ainda, quando Rebeca foi chegando com o seu jarro nos ombros. Ela desceu à fonte, tirou água e encheu o jarro. Aí eu disse a ela: 'Por favor, dê-me um pouco de água. '

46 - "Ela depressa baixou o jarro para eu beber. E disse: 'Pois não! Beba à vontade. E vou dar de beber aos seus camelos também!' E foi o que fez.

47 e 48 - "Daí perguntei: 'Quem são seus pais?' Ela respondeu: 'Sou filha de Betuel, filho de Naor e de Milca. ' Então dei a ela o pendente e as pulseiras. E me inclinei, adorando e bendizendo o Senhor, Deus do meu senhor Abraão, porque me guiou na direção certa para levar uma parenta dele para o filho dele.

49 - "Agora digam sim ou não, por favor. Vão ser bondosos com o meu patrão e fazer o que é certo? Conforme a resposta que derem, saberei o que fazer e para onde ir."

50 e 51 - Labão e Betuel responderam: "Está mais que claro que o Senhor mandou você aqui. Sendo assim, que podemos dizer? Pode levar Rebeca. Sim, que ela seja esposa do filho de Abraão, pois a isso o Senhor encaminhou as coisas."

52 - Ouvindo essas palavras, o mordomo de Abraão caiu de joelhos diante do Se­nhor.

53 - Depois deu vestidos e jóias trabalha­das em ouro e prata a Rebeca. Deu também ricos presentes ao irmão e à mãe dela.

54 - Então jantaram. E o mordomo com seus ajudantes passaram a noite naquela casa. Mas no dia seguinte, bem cedo, o mordomo de Abraão se levantou, se aprontou e disse: "Deixem que eu volte ao meu patrão".

55 - "Mas queremos que Rebeca fique pe­lo menos uns dez dias conosco, " disseram o irmão e a irmã dela."Depois irá com você."

56 - Mas o homem insistiu: "Não me se­gurem aqui, por favor! O Senhor fez com que eu tivesse sucesso na minha missão. Deixem que eu volte ao meu patrão!"

57 - "Bem, " disseram eles."Vamos cha­mar a moça e ver o que ela acha disso."

58 - Chamaram Rebeca e perguntaram a ela: "Você quer ir com este homem?" Ela respondeu: "Sim, eu vou com ele."

59 - Então se despediram de Rebeca. Mandaram junto a criada que sempre ti­nha cuidado dela. E se despediram do mordomo de Abraão e dos seus compa­nheiros de viagem.

60 - Na despedida, disseram esta palavra de bênção a Rebeca: "Nossa irmã, que você venha a ser mãe de muitos milhões! E que os seus descendentes dominem os inimigos deles!"

61 - Rebeca e suas criadas montaram nos camelos e foram embora com o mordomo de Abraão.

62 - Isaque morava no Neguebe. Nesse meio tempo ele vinha voltando de Beer. Laai-Roi, um pouco ao sul de Berseba.

63 - Ele tinha saído para meditar no cam­po, à tardezinha. Em certo momento, le­vantou os olhos e viu os camelos que vi­nham vindo.

64 - Assim que Rebeca enxergou o moço, desceu do camelo.

65 - "Quem é aquele homem que vem pe­lo campo ao nosso encontro?" perguntou ela ao mordomo. Ele respondeu: "É o meu senhor Isa­que." Então ela cobriu o rosto com o véu.

66 - O velho criado contou a Isaque tudo o que tinha feito.

67 - Isaque levou a moça para a tenda de sua mãe Sara. E Rebeca veio a ser esposa dele. Foi grande o amor de Isaque por Rebe­ca, e ela serviu de grande consolo para Isaque, quando ele perdeu a mãe.

 


CAPÍTULO 25

1 e 2 - ABRAÃO CASOU OUTRA vez. Quetura, sua segunda mulher, deu a ele vários filhos. São: Zimá, Jocsã, Medã, Midiã, Jisbaque e Sua.

3 - Os dois filhos de Jocsã foram Sabá e Dedã. Os filhos de Dedã foram Assurim, Letusim e Leumim.

4 - Os filhos de Midiã foram Efá, Efer, Enoque, Abida e Elda.

5 e 6 - Abraão deu tudo que tinha a Isaque. Mas deu presentes aos filhos que teve com suas concubinas. Antes de morrer, sepa­rou de Isaque os outros filhos, e mandou que fossem viver na região leste.

7 e 8 - Abraão morreu com 175 anos. Mor­reu depois de ter tido uma velhice longa e feliz. E foi reunido ao povo dele, depois da morte.

9 e 10 - Isaque e Ismael enterraram o pai na caverna de Macpela, perto de Manre. O campo e a caverna Abraão tinha compra­do do heteu Efrom, filho de Zoar, Ali ti­nha sido enterrada Sara, mulher de Abraão.

11 - Depois que Abraão morreu, Deus derramou ricas bênçãos sobre o filho de­le, Isaque. Isaque morava agora perto de Beer­Laai-Roi.

12-15 - Aqui vai a relação dos descendentes de Ismael, filho de Abraão e de Hagar, a escrava egípcia. A relação é por ordem de nascimento, nome por nome: Nebaiote, Quedar, Adbeel, Mibsão, Misma, Dumá,

Massá, Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá.

16 - Estes doze filhos vieram a ser funda­dores das doze tribos que levam os nomes deles.

17 - Ismael morreu com 137 anos de ida­de, e foi reunido à gente dele.

18 - Os descendentes de Ismael se espa­lharam por toda a região que vai desde Havilá até Sur. Sur fica perto da fronteira nordeste do Egito, na direção da Assíria. Os ismaelitas ficaram morando bem per­to dos outros descendentes de Abraão.

19 - Voltemos agora a atenção para Isa­que, filho de Abraão, e para os filhos de Isaque.

20 - Isaque tinha quarenta anos quando se casou com Rebeca. Ela era filha de Be­tuel, o arameu de Padã-Arã, e irmã de Labão.

21 - Isaque pediu ao Senhor que desse um filho a Rebeca, pois ela não podia ter fi­lhos. O Senhor atendeu às orações de Isa­que, e a mulher ficou grávida - cerca de vinte anos depois do casamento.

22 - Rebeca sentia verdadeira briga de duas crianças dentro dela! "Como posso suportar isto?!", excla­mou ela. E consultou ao Senhor sobre o que estava acontecendo.

23 - O Senhor respondeu: "Os filhos que estão no seu ventre serão dois povos ri­vais. Um será mais forte do que o outro, e o mais velho trabalhará para o mais no­vo."

24 - E o certo é que ela teve gêmeos.

25 - No nascimento, o primeiro veio todo coberto de pelos e cabelos ruivos. Deram a ele o nome de Esaú (que lembra a pala­vra hebraica para "cabelo").

26 - Em seguida veio o irmão, segurando o calcanhar de Esaú! Por isso deram a ele o nome de Jacó, que quer dizer "Suplan­tador". Isaque estava com sessenta anos quan­do nasceram os gêmeos.

27 - Os meninos cresceram. Esaú veio a ser um ótimo caçador! Jacó, entretanto, era um tipo sossegado, que gostava de fi­car em casa.

28 - O favorito de Isaque era Esaú, por causa das saborosas caças que trazia. O favorito de Rebeca era Jacó.

29 - Um dia, Jacó tinha acabado de fazer uma panelada de lentilhas cozidas, quan­do Esaú chegou da caça. Estava exausto! 30 - Disse Esaú: "Rapaz, estou que não agüento! Dê-me um pouco desse cozinhado vermelho!" Por isso Esaú recebeu o apelido de "Edom", que quer dizer "Verme­lho".

31 - Disse Jacó: "Certo, eu dou, mas em troca quero os direitos que você tem por nascer primeiro."

32 - Disse Esaú: "Se estou morrendo de fo­me, que adiantam esses direitos?"

33 - Disse Jacó: "É, mas você tem de dar a sua palavra diante de Deus."           Esaú deu a palavra, vendendo os seus direitos de filho mais velho ao irmão mais novo.

34 - Depois de feito o negócio, Jacó deu pão e cozinhado de lentilhas a Esaú. Ele comeu, bebeu e foi embora. Assim Esaú jogou fora os seus direitos de filho mais velho, e não deu a menor importância a isso!

 

CAPÍTULO 26

1 - NESSE TEMPO A FOME dominou aquela região. Tinha acontecido a mesma coisa durante a vida de Abraão. Por causa da situação de fome, Isaque foi para Gerar, onde vivia Abimeleque, rei dos filisteus.

2, 3, 4 e 5 - O Senhor apareceu a Isaque e disse: "Não vá para o Egito. Fique neste ter­ritório. Faça o que digo, e eu estarei ao seu lado, abençoando você. Darei todas estas terras a você e aos seus descenden­tes, cumprindo a promessa que fiz a seu pai Abraão. Farei que os seus descenden­tes sejam numerosos como as estrelas! E eles serão uma bênção para todas as nações da terra. Farei isso porque Abraão obedeceu às minhas Leis e mandamentos.

6 - Em face disso, Isaque ficou em Gerar.

7 - Quando os homens dali faziam per­guntas sobre Rebeca, Isaque dizia: "É minha irmã." Fazia isso porque tinha me­do. Achava que por causa dela ele pode­ria ser morto, pois Rebeca era muito bo­nita.

8 - Mas depois de algum tempo, Abime­leque, rei dos filisteus, viu por uma janela lsaque fazendo carinhos a Rebeca. .

9 - O rei mandou chamar lsaque e disse: "Ora, ela é sua mulher! Por que disse que é sua irmã?" "Porque fiquei com medo de ser mor­to" respondeu lsaque."Achei que al­guém podia me matar para ficar com ela."

10 - Disse Abimeleque: "Como pôde fa­zer uma coisa. dessas conosco?! Era bem fácil acontecer que alguém abusasse dela, e nós é que seríamos condenados por sua causa!"

11 - E o rei fez anunciar esta ordem a to­do o povo: "Ninguém toque neste homem, e nesta mulher! Quem mexer com ele ou com ela será morto!"

12 - Nesse mesmo ano lsaque teve colhei­tas abundantes. Cada semente rendeu cem vezes mais! Porque foi abençoado pelo Senhor.

13, 14 e 15 - Logo ficou dono de grandes rique­zas, ficando cada vez mais rico. Tinha muitos bois e ovelhas, e muitos criados. Com isso os filisteus foram ficando com inveja dele. Por isso encheram de terra os poços que os criados de Abraão tinham cavado.

16 - O rei Abimeleque pediu que Isaque saísse do pais."Vá para outro lugar, " disse ele."Você ficou mais rico e mais poderoso do que nós!"

17, 18 e 19 - Isaque atendeu. Foi para o Vale de Gerar e ficou morando lá. E mandou ca­var de novo os poços de Abraão. Os filis­teus tinham enchido de terra aqueles poços, depois da morte de Abraão. E Isaque deu a eles os mesmos nomes que seu pai tinha dado. Além disso, os pastores de Isaque cavaram um novo poço no Vale de Gerar, e viram brotar ali uma fonte de águas de correntes subterrâneas.

20 - Mas os pastores de Gerar brigaram com os pastores de Isaque."Esta água é nossa!" disseram. Por isso Isaque deu ao poço o nome de Eseque, ou seja, "Poço da Discussão".

21 - Então os homens de Isaque abriram outro poço. De novo houve briga por cau­sa dele. Por isso recebeu o nome de Sitna, que quer dizer "Inimizade".

22 - Saindo dali, Isaque mandou cavar outro poço. Como ninguém reclamou Isaque deu a ele o nome de Reobote, que significa "Lugares Amplos". E disse: "Agora o Senhor nos deu um lugar, e va­mos progredir."

23 e 24 - Um dia Isaque foi até Berseba. Na mesma noite em que lá chegou, o Senhor apareceu a ele, e disse: "Eu SOU o Deus de Abraão, seu pai. Não tenha medo! Estou a seu lado e vou abençoar, você. Vou fazer que os seus descendentes sejam muito nu­merosos. E isso porque o meu servo Abraão foi obediente a mim."

25 - Isaque construiu um altar, e ofereceu culto ao Senhor. Fixou residência ali, e os criados dele cavaram um poço.

26 - Certo dia Isaque recebeu visitas de Gerar. Eram o rei Abimeleque, o conse­lheiro real Ausate, e também Ficol, o co­mandante do exército de Abimeleque.

27 – Isaque logo perguntou: "Por que vie­ram aqui? Decerto que não estão vindo com boa intenção, pois você me expulsa­ram!

28 - "É, " disseram eles, "mas nós vimos bem que o Senhor está abençoando você. Então resolvemos propor um, tratado en­tre nós.

29 - "Prometa que não nos prejudicará, assim como nós não prejudicamos você. Na verdade, nós tratamos bem de você e deixamos que saisse em paz. E vemos que você é o abençoado do Senhor!"

30 - Então Isaque ofereceu um banquete a eles, a comeram e beberam.

31 - De manhã bem cedo, logo que se le­vantaram, fizeram juramento solene de parte a parte. Com isso ficou selado o tra­tado de paz entre eles. Depois Isaque fez as despedidas, e eles se foram contentes.

32, 33 - Naquele mesmo dia, os criados chegaram."Achamos água, " disseram. Era água de um poço que tinham cavado. Por ser dia do tratado de paz, Isaque deu ao poço o nome de Seba, que quer dizer "Juramento". E a cidade que se formou ali é chamada Berseba, "Poço do Jura­mento", até o dia de hoje.

34 - Quando Esaú estava com quarenta anos, casou com Judite, filha do heteu Beeri. Casou também com Basemate, fi­lha do heteu Elom.

35 - Isaque e Rebeca passaram a viver com o espírito amargurado por causa des­sas duas noras.

 


CAPÍTULO 27

1 - ISAQUE ENVELHECEU E ficou meio cego. Um dia, chamou o seu fi­lho mais velho, Esaú. Disse Isaque: "Meu filho!" Disse Esaú: "Sim, pai. Estou aqui."

2, 3 e 4 - Disse Isaque: "Estou velho e, mais dia menos dia, morrerei. Agora, pegue o seu arco e as suas flechas e vá atrás de alguma caça. Depois pre­pare para mim uma comida do meu gosto - bem saborosa - e traga para eu comer. Então darei as bên­çãos a você, como filho mais velho que é. É preciso fazer isso logo, an­tes que eu morra."

5, 6 e 7 - Rebeca ouviu a conversa do pai com o filho. Assim, quando Esaú foi ao cam­po em busca de caça, ela chamou Jacó. E contou que Isaque tinha dito a Esaú para lhe trazer caça e receber a bênção pater­na.

8, 9 e 10 - Disse Rebeca: "Agora faça o que di­go. Vá ao rebanho e traga dois bons cabritos. Vou fazer uma co­mida saborosa para o seu pai, co­mo ele gosta. Depois de comer, ele abençoará você, antes de morrer."

11 e 12 - Disse Jacó: "Mas mãe! Lembre que Esaú é cabeludo, e eu tenho pele li­sa. Se o pai me apalpar, vai perce­ber na hora que está sendo engana­do! Aí ele vai achar que estou zom­bando dele, e em vez de bênção re­ceberei maldição! "

13 - Disse Rebeca: "Que venha sobre mim essa maldição, filho querido! Faça o que digo, e pronto. Agora vá bus­car os cabritos."

14 - Jacó foi. Com os cabritos Rebeca preparou a comida gostosa, como tinha dito.

15 - Depois fez Jacó vestir a melhor rou­pa de Esaú.

16 - Da pele dos cabritos, fez umas luvas e as colocou nas mãos de Jacó. Também colocou um pedaço na pele lisa do pes­coço do filho.

17 - Depois de todos esses cuidados, man­dou Jacó levar a comida a Isaque.

18 - Jacó foi, e entrou no quarto em que Isaque estava. Disse Jacó: "Pai?" Disse Isaque: "Sim, filho. Quem é você? Esaú ou Jacó?"

19 - Disse Jacó: "Sou Esaú, seu filho mais velho. Fiz o que o senhor mandou. Aqui está a comida que preparei. Venha sentar-se aqui e comer. De­pois poderá me abençoar."

20 - Disse Isaque: "Como foi que você achou caça tão depressa, meu fi­lho?" Disse Jacó: "É que o Senhor seu Deus co­locou a caça no meu caminho!"

21 - Disse Isaque: "Venha cá. Quero apal­par para ver se é mesmo o meu fi­lho Esaú."

22 - Jacó foi para perto do pai, que o apalpou. Disse Isaque: "A voz é de Jacó, mas as mãos são de Esaú!

23 - Isaque ficou achando que devia ser Esaú, porque as mãos estavam peludas como as dele. E Isaque se dispôs a aben­çoar Jacó.

24 - Disse Isaque: "Você é Esaú mesmo?" Disse Jacó: "Sou sim!"

25 - Disse Isaque: "Então traga aqui a co­mida, para que eu coma e depois abençoe você." Jacó lhe deu a comida e o vinho. O pai comeu e bebeu.

26 - Disse Isaque: "Venha cá e me dê um beijo, meu filho!"

27, 28 e 29 - Jacó se aproximou e beijou o pai. Isaque sentiu o cheiro da roupa do rapaz, e se decidiu finalmente a dar a bênção a ele. Disse Isaque: "O cheiro do meu filho é o bom cheiro da terra e dos campos que o Senhor abençoou. Que Deus lhe dê sem­pre a chuva necessária, terra produtiva, grandes colheitas de cereais e muito vinho novo. Que muitos povos sejam seus escra­vos. Que você domine os seus irmãos. Que os seus parentes se inclinem diante de vo­cê. Maldito todo aquele que amaldiçoar você, e abençoado seja todo aquele que abençoar você."

30 - Logo que Isaque abençoou Jacó, e pouco depois que Jacó saiu, chegou Esaú da caçada.

31 - Ele também preparou o prato prefe­rido do pai e levou a comida para ele. Disse Esaú: "Pai, venha sentar aqui e co­mer a caça que preparei. Depois o senhor me abençoará com as suas melhores bênçãos."

32 - Disse lsaque: "Quem é você?" Disse Esaú: "Ora, pai! Sou eu, Esaú, o seu filho mais velho!"

33 - Foi um choque para Isaque. Ele ficou abalado e tremendo a olhos vistos! Disse Isaque: 'Então quem foi que agora há pouco me trouxe comida? Comi tudo, e abençoei aquele outro! E a bênção que dei ninguém tira mais!

34 - Ouvindo isso, Esaú se pôs a soluçar e a clamar. Disse Esaú: "Ó pai, abençoe a mim também!"

35 - Disse Isaque: "Seu irmão me enganou e levou a bênção que era de você!"

36 - Disse Esaú: "Não admira que o nome dele significa "enganador"!- Pois já me enganou duas vezes! Tirou meus direitos de filho mais velho, e agora tira a minha bênção! Oh! Será possível, pai, que o senhor não tenha nem uma só bênção para mim?"

37 - Disse Isaque: "Fiz dele seu senhor! E dei a Jacó todos os seus parentes, como criados dele! e ainda garanti que Jacó terá fartura de cereais e de vinho. que posso fazer, meu fi­lho?"

38 - Disse Esaú: "Será que o senhor só tem uma bênção? á meu pai, abençoe a mim também!" E Esaú chorou amargamente.

39 e 40 - Disse Isaque: "Sua vida não será fácil. Morará em terras áridas, on­de falta até o orvalho. Você terá de ganhar a vida com a sua espada, e terá de servir a Jacó, seu irmão. Mas chegará o dia em que você conseguirá escapar das correntes e ficar livre."

41 - Esaú ficou com ódio de Jacó pelo que ele tinha feito. Esaú disse a si mesmo: "Meu pai não pode durar muito tempo. Depois que ele morrer eu mato Jacó."

42 - De algum modo Rebeca ficou saben­do disso. Mandou chamar Jacó e disse: "Esaú acha que só poderá descansar de­pois de matar você.

43, 44 e 45 - "Veja o que tem de fazer, " disse ela."Fuja para Harã, e fique na casa do seu tio Labão. Fique lá por algum tempo, até passar a fúria do seu irmão. Com o tempo Esaú esquecerá o que você fez a ele. Depois eu mandarei buscar você. Faça isso! Por que vou perder os dois fi­lhos no mesmo dia?"

46 - Disse, pois, Rebeca a Isaque: "Já chegam estas duas noras que os heteus nos deram! Já me aborrecem demais! Que será de mim se Jacó vier a casar com uma jovem daqui? Prefiro morrer a ver isso! "

 


CAPÍTULO 28

1, 2, 3 e 4 - ISAQUE MANDOU chamar Jacó. Abençoou o filho e disse: "Não se case com moça nenhuma do povo cana­neu. Em vez disso, vá para a casa do seu avô Betuel, em Padã-Arã. Escolha uma esposa ali. Que o Todo-poderoso Deus abençoe você e lhe dê muitos filhos. Quei­ra Deus que os seus descendentes formem muitos povos! E que Deus passe para vo­cê e para os seus descendentes as bênçãos que prometeu a Abraão. Assim você e os seus descendentes serão donos destas ter­ras, onde estamos agora como estrangei­ros. Assim será, pois Deus deu estas ter­ras a Abraão".

5 - Deste modo, Jacó se despediu de Isa­que, e foi a Padã-Arã. Foi â casa do seu tio Labão, irmão de Rebeca, filho de Be­tuel, o arameu.

6, 7, 8 e 9 - Esaú percebeu que os pais dele não viam com bons olhos as moças do lugar em que viviam. Só tinha que entender is­so, porque viu que eles tinham mandado Jacó a Padã-Arã - com a bênção de Isa­que - para arranjar casamento lá. Tinha escutado o pai dar esta ordem a Jacó: "Não case com nenhuma mulher deste povo cananeu". E tinha visto Jacó obede­cer aos pais e sair para Padã-Arã. Pen­sando nessas coisas todas, Esaú visitou a família do seu tio Ismael e casou com uma filha dele. Assim, além das duas mu­lheres cananéias que tinha, Esaú casou com Maalate, irmã de Nebaiote, filha de Ismael, filho de Abraão.

10 - Agora vejam o que aconteceu duran­te a viagem que Jacó fez de Berseba a Padã-Arã.

11, 12 - Na primeira noite da viagem, pa­rou num lugar qualquer para dormir; Usou uma pedra como travesseiro, e dor­miu. E sonhou que tinham posto uma es­cada ali mesmo - uma escada que ia da terra aos céus. Jacó viu, no sonho, os an­jos de Deus, subindo e descendo na esca­da.

13, 14 e 15 - No sonho o Senhor apareceu a Jacó e disse: "Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão e de Isaque, seu pai. Vou dar a você essa terra na qual está deitado. Será sua e dos seus descendentes. Os seus descendentes serão tantos que serão como o pó da ter­ra! Eles cobrirão o território todo, de norte a sul e de leste a oeste. Todas as nações da terra serão abençoadas por meio de você e dos seus descendentes. E o que vale mais é que eu estou com você. Pode contar com a minha proteção, aon­de quer que for. E esteja certo de que eu trarei você de volta a esta terra, são e sal­vo. Porque estarei sempre com você, até cumprir tudo que estou prometendo."

16 Então Jacó acordou e exclamou: "O Senhor vive neste lugar - e eu não sa­bia! "

17 E cheio de medo disse: "Que lugar terrível é este! É a casa de Deus! É a porta dos céus!"

18 e 19 - Logo que amanheceu, Jacó fincou a pedra que tinha usado como travessei­ro, fazendo dela um monumento. Depois derramou azeite no alto do monumento. E deu ao lugar o nome de Betel, que quer dizer "Casa de Deus". Antes o nome da cidade perto da qual Jacó estava era Luz.

20, 21 e 22 - Depois de derramar óleo no monu­mento, Jacó fez uma promessa a Deus. Disse ele: "Ah, se Deus me guiar me pro­teger e me der alimento e roupa nesta via­gem! E se me deixar voltar em paz para a casa do meu pai! Então escolherei o Se­nhor para ser o meu Deus. Este monu­mento será um lugar de culto - como ca­sa de Deus." Jacó terminou a promessa, dizendo: "E, ó Senhor, eu devolverei a décima parte de tudo que me der!"

 


CAPÍTULO 29

1 - JACÓ CONTINUOU a viagem e chegou nas terras do Leste.

2 - Quando ia chegando, viu ao longe três rebanhos de ovelhas deitados perto de um poço, no campo. Daquele poço davam de beber às ovelhas. Mas uma grande pedra estava ta­pando a boca do poço.

3 - O costume era esperar que todos os rebanhos estivessem reunidos. Ai os pastores tiravam a pedra e davam água aos animais. Depois tapa­vam o poço com a pedra outra vez.

4 – Jacó chegou até onde os pastores estavam, e perguntou de onde eram."De Harã, " eles responderam.

5 - Disse Jacó "Vocês conhecem Labão, filho de Naor?" Disseram os pastores: "Claro que sim!"

6 - Disse Jacó: "Como vai ele?" Disseram eles: "Ele vai bem. Olhe, ali vem a filha dele, Raquel, com as ove­lhas."

7 - Disse Jacó: “Por que vocês não dão água logo aos rebanhos? Assim as ove­lhas poderão continuar pastando. Pois ainda é dia, não é hora de recolher os ani­mais.

8 - Disseram os pastores: "Não podemos tirar a pedra enquanto não estiverem reu­nidos todos os rebanhos."

9 - No meio dessa conversa, chegou Ra­quel com as ovelhas do pai dela. Porque ela era pastora.

10 - Vendo a prima Raquel - filha do ir­mão da mãe dele - e vendo as ovelhas do pai dela, Jacó agiu logo. Rolou a pedra da boca do poço e deu água às ovelhas do seu tio Labão.

11 - Depois desse serviço, Jacó beijou Ra­quel e se pôs a chorar.

12 e 13 - Contou que era seu primo, por par­te do pai dela. Disse que era filho de Re­beca, tia de Raquel. Então ela correu e contou tudo ao pai. Assim que Labão ou­viu essa notícia, correu ao encontro de Jacó. Chegando aonde ele estava, Labão lhe deu as boas-vindas e o beijou. Foram para a casa de Labão, e Jacó contou tudo o que tinha acontecido durante a viagem.

14 e 15 - "Ora vejam!" exclamou Labão."Ele é mesmo da minha carne e do meu sangue!" Já fazia um mês que Jacó estava naque­la casa, quando Labão lhe disse: "Não é porque você é meu parente, que vai ficar trabalhando de graça para mim. Quanto você quer ganhar?"

16 - Ora, Labão tinha duas filhas, Lia, a mais velha, e Raquel, a mais nova.

17 - Lia tinha olhos fracos, mas Raquel era formosa, não só de rosto, mas em tu­do.

18 - Pois Jacó ficou enamorado de Ra­quel. Amava tanto Raquel que disse a La­bão: "Trabalharei sete anos para você pa­ra poder casar com Raquel, sua filha mais nova."

19 - "Feito!" respondeu Labão."É me­lhor dar Raquel a você do que a alguém de fora da família."

20 - Assim Jacó trabalhou sete anos para Labão, para poder casar com Raquel. E a amava tanto que os sete anos pareceram poucos dias a Jacó!

21 - Finalmente acabou o prazo."Cumpri minha parte do trato, " disse Jacó a Labão."Agora deixe que eu me case com Raquel."

22 - Labão deu uma grande festa, convi­dando todos os homens do povoado.

23 - De noite Labão entregou Lia a Jacó. E os dois passarem a noite juntos.

24 – Labão deu sua criada Zilpa, para ser criada de Lia.

25 - Quando amanheceu, Jacó viu que estava com Lia, e não com Raquel! "Que trapaça foi essa", Jacó pergun­tou a Labão. Ele estava furioso! "Trabalhei sete anos por Raquel, e vo­cê me faz isso! Por que me enganou?"

26 e 27 - "Aqui não é costume casar a filha mais nova antes da mais velha, " respon­deu Labão."Logo depois da lua de mel com Lia, darei Raquel a você em casa­mento. Claro, desde que você prometa trabalhar mais sete anos para mim."

28 - Jacó aceitou. Uma semana depois, casou com Raquel.

29 - Labão deu sua criada Bila a Raquel.

30 - Jacó e Raquel tiveram sua lua de mel. Jacó amava mais Raquel do que Lia. E trabalhou mais sete anos para Labão.

31 - Como Lia era menosprezada, o Se­nhor deixou que tivesse um filho. Raquel, porém, era estéril.

32 - Lia ficou grávida e teve um filho, a quem deu o nome de Rúben, que quer di­zer "Deus viu minha aflição". Disse Lia: "O Senhor viu minha aflição - e agora o meu marido me amará."

33 - Teve outro filho, e disse: "O Senhor ouviu que eu era deixada para trás, e me deu outro filho". Por isso deu ao menino o nome de Simeão, que significa "Ele ou­viu".

34 - Lia tornou a engravidar, e teve um terceiro filho. Deu a ele o nome de Levi, que quer dizer" Apego". Disse Lia: "Desta vez o meu marido vai ficar bem unido a mim, porque lhe dei três filhos."

35 - Teve ainda um quarto filho, e disse: "Agora louvarei ao Senhor." Por isso deu ao quarto filho o nome de Judá, que significa "Objeto de Louvor". Então parou de ter filhos.

 


CAPÍTULO 30

1 - PERCEBENDO RAQUEL que era estéril, ficou com inveja da irmã."Ou você me dá filhos, ou eu morro!" exclamou ela a Jacó.

2 - Jacó ficou indignado."Por acaso sou Deus?" disse ele a Raquel."Ele é que não deixa você ter filhos!"

3 - Disse Raquel: "Pois tome a minha criada Bila, e tenha filhos com ela. E eu criarei as crianças como se fossem meus próprios filhos."

4, 5 - Assim Raquel deu Bila a Jacó. Dessa união, Bila deu um filho a Jacó.

6 - Raquel deu a ele o nome de Dã, que quer dizer "Juiz". E disse: "Deus me fez justiça, escutou a minha queixa e me deu um filho."

7 - Bila, a criada de Raquel, ficou grávi­da outra vez e deu outro filho a Jacó.

8 - "É grande a minha luta com minha ir­mã, " disse. Raquel, "e consegui vencer!" Por isso deu ao menino o nome de Nafta­li, que quer dizer "Venço na luta".

9, 10 e 11 - Enquanto isso, Lia percebeu que não estava podendo ter filhos. Então deu Zilpa, criada dela, a Jacó, para ser mulher dele. E logo, Zilpa deu um filho a Jacó. Lia exclamou: "A minha sorte vol­tou!" E deu ao filho o nome de Gade, que significa" Boa sorte".

12 e 13 - Zilpa teve outro filho com Jacó. Lia deu a ele o nome de Aser, que quer di­zer "Feliz". E disse Lia: "Como estou contente! As outras mulheres vão achar que eu sou mesma feliz!"

14 - Era o tempo da colheita de trigo. Um dia, Rúben achou mandrágoras que cres­ciam nos campos. Rúben levou mandrágoras à sua mãe Lia. Raquel pediu mandrágoras a Lia.

15 - "Além de você ficar com o meu ma­rido, " respondeu Lia, "vai querer agora ficar com as mandrágoras do meu fi­lho? " "Se você me der mandrágoras, " disse Raquel, "deixarei que Jacó fique com vo­cê esta noite."

16 - Naquela tarde, quando Jacó vinha voltando do campo, Lia foi ao encontro dele."Vamos passar a noite juntos, " dis­se ela."É que eu aluguei você pelas mandrágoras que o meu filho me deu." E Jacó passou aquela noite com Lia.

17 - Deus respondeu às orações de Lia, e ela concebeu e teve o quinto filho.

18 - Disse Lia: "Deus me recompensou porque dei minha criada ao meu mari­do." E pôs no menino o nome de Issacar, que quer dizer "Salário".

19 e 20 - Lia tornou a engravidar, e teve o sexto filho. Ela deu ao filho o nome de Zebulom, que significa "Presentes". Deu esse nome dizendo: "Deus me deu exce­lentes presentes, para eu dar ao meu mari­do! Seis filhos! Com isso ele me honrará e ficará comigo!"

21 - Depois Lia teve uma filha, que rece­beu o nome de Diná.

22, 23 e 24 - Deus se lembrou de Raquel e res­pondeu às orações dela - pois ela queria filhos dela mesma; engravidou então e te­ve um filho. Raquel exclamou: "Até que enfim Deus tirou a mancha do meu no­me!" E deu ao menino o nome de José, que quer dizer "Que Ele acrescente". Deu esse nome dizendo: "Queira o Senhor me dar outro filho."

25 e 26 - Logo que nasceu José, Jacó disse a Labão que queria voltar para a casa dele."Deixe que eu vá para casa, " disse ele."Deixe que eu vá e leve comigo as minhas mulheres e os meus filhos. Você sabe mui­to bem que eu trabalhei - e como! - pa­ra que fossem meus."

27 e 28 - "Peço que não vá embora, " disse Labão. Desde que você chegou aqui, o Se­nhor me tem abençoado. Só pode ser por causa de você! Fique comigo! É só dizer quanto quer receber de ordenado, e eu pa­go!"

29 e 30 - Disse Jacó: "Você bem sabe como trabalhei para você e como cuidei do seu gado. Basta lembrar como eram peque­nos os seus rebanhos, e como são grandes agora. Isso porque o Senhor abençoou você por meio do meu trabalho."Agora, pense bem. Quando é que vou trabalhar para a minha família?"

31, 32 e 33 - "Quanto você quer ganhar?" per­guntou de novo Labão. Jacó respondeu: "Para que eu continue trabalhando para você, basta que me faça uma coisa. Basta que me autorize a sepa­rar para mim todas as cabras que tenham pintas ou listas na pele, e todas as ovelhas

pretas dos seus rebanhos. Assim será fácil verificar se eu estou tirando mais do que tratamos como salário. Depois, se você encontrar entre as minhas cabras alguma que não for listada ou pintada, e entre as ovelhas alguma que não for preta, poderá dizer que roubei de você."

34 - "Está certo, " disse Labão."Está fei­to o trato."

35 e 36 - Mas naquele mesmo dia, Labão se­parou e deu aos filhos dele todos os bodes e cabras que tinham pintas ou listas na pe­le, e todos os carneiros e ovelhas pretos. Deu todos esses animais aos filhos dele. Depois mandou os filhos levarem as ca­bras pintadas e listadas e as ovelhas pre­tas para bem longe - a três dias de distân­cia. E Jacó ficou tomando conta dos reba­nhos restantes de Labão.

37 - Então Jacó pegou varas verdes de vários tipos de árvores - álamo, aveleira e plátano. De cada vara tirou fitas da cas­ca, fazendo aparecer a brancura da ma­deira. Assim as varas ficaram cheias de lis­tas claras.

38 - Jacó pôs as varas perto das águas, nos lugares onde os animais costumavam beber. Colocou de modo que, ao beber água, os animais pudessem ver as varas. Jacó fez isso porque os animais se cruza­vam ali.

39 - E aconteceu isso mesmo. Os animais se cruzaram vendo as varas, e os filhotes nascerem pintados ou listados.

40 - Jacó foi separando os animais a que tinha direito. Não deixou que se misturas­sem com os de Labão. Mas dirigiu as coi­sas de modo que as fêmeas do rebanho dele fossem cobertas pelos machos pretos de Labão.

41 e 42 - Jacó não ficou nisso! Ele só colo­cava as varas listadas quando as fêmeas eram fortes! Quando eram fracas, não colocava. Resultado: os animais fortes eram de Jacó, e os fracos eram de Labão!

43 - Assim os rebanhos de Jacó cresceram depressa. O homem ficou rico, possuindo rebanhos enormes, e muitos criados, cria­das, camelos e jumentos.

 


CAPÍTULO 31

1 - JACÓ SOUBE QUE os filhos de La­bão andavam murmurando contra ele. Diziam eles: "Ora vejam! Jacó deve ao nosso pai tudo o que tem. Toda a ri­queza dele foi ajuntada às custas do nosso pai!"

2 - Outra coisa: Jacó notou que agora era tratado com frieza por Labão.

3 - Foi quando o Senhor disse a Jacó: "Volte para a casa dos seus pais, para a companhia dos seus parentes de lá. E es­tarei com você."

4 - Por isso Jacó mandou chamar Raquel e Lia, para conversar com elas no campo, lá onde ele estava cuidando dos rebanhos.

5, 6, 7 e 8 - "Seu pai se virou contra mim, " disse Jacó às duas."Mas o Deus de meus pais está comigo. Vocês bem sabem como tra­balhei com afinco para o seu pai. E ele só me engana. Vive rompendo os tratos fei­tos comigo! Mas Deus não deixou que ele me causasse prejuízo nenhum. Pois se ele dizia que os animais com pintas na pele seriam meus, só nasciam animais assim. Se ele mudava e dizia que os listados se­riam o meu salário, então só nasciam ani­mais listados nos rebanhos.

9 - "Foi assim que Deus fez que eu ficas­se rico, às custas de Labão.

10 - "Pois na época do cruzamento dos animais, sonhei e vi que os machos que cobriam as fêmeas dos rebanhos tinham listas ou pintas ou manchas.

11 e 12 - "No sonho o Anjo de Deus me chamou a atenção para isso, e logo enten­di o que devia fazer para receber a bênção sobre o meu trabalho. E o Anjo de Deus me disse em sonho o motivo por que esta­va dando aquela instrução: 'Porque vejo o que Labão está fazendo com você, ' dis­se Ele.

13 - 'Eu sou o Deus que você encontrou em Betel, ' continuou o Anjo. 'Lá você derramou azeite num monumento e fez promessa de me servir. Pois bem, saia agora desta terra, e volte para a sua terra natal. '

14, 15 e 16 - Em resposta, Raquel e Lia disse­ram: "Que podemos esperar do nosso pai? Pois ele nos tratou como se fôssemos estrangeiras! Além de nos vender, acabou com os bens que poderíamos receber! E agora, a riqueza que devia ser nossa por herança, Deus tirou do nosso pai e deu a você. Essa riqueza é nossa e dos nossos fi­lhos! Portanto, faça tudo o que Deus mandou."

17, 18, 19, 20 e 21 - Aproveitando que Labão estava fora de casa, dirigindo o trabalho de tos­quiar ovelhas, Jacó fugiu. Fez as mulhe­res e os filhos montarem em camelos e fu­giu com eles. Levou todos os rebanhos e todas as riquezas que tinha conseguido ajuntar em Padã-Arã. E saiu para a terra de Canaã, para a casa de Isaque, pai dele. Raquel roubou os ídolos do lar, e levou todos eles com ela. Assim foi que Jacó fu­giu de Labão às escondidas, levando tudo que tinha. Atravessou o rio Eufrates e avançou em direção ao território monta­nhoso de Gileade.

22 - Só três dias depois Labão ficou sa­bendo que Jacó ia fugindo.

23 - Reuniu vários homens e com eles saiu logo em perseguição a Jacó. Depois de se­te dias de viagem, alcançou Jacó no mon­te Gileade.

24 - Mas na noite em que ia chegando perto de onde Jacó estava, Deus veio ao arameu Labão em sonhos, e disse: "Cuidado com o que vai fazer a Jacó! Nada de bênção nem maldição!"

25 - Finalmente Labão alcançou os fugiti­vos. Jacó estava acampado no monte Gi­leade. Labão armou o seu acampamento no mesmo monte.

26, 27 e 28 - "O que você fez?" perguntou La­bão."Por acaso minhas filhas são prisio­neiras de guerra, para você fugir com elas deste jeito? Por que me enganou e saiu às escondidas? Por que não me contou seu plano? Pois eu bem que gostaria de dar uma grande festa de despedida, com can­ções, e orquestra, e harpa! Você nem me deu oportunidade para beijar meus netos e netas! Que estranho modo de agir, o seu!

29 - "Tenho forças suficientes para des­truir vocês todos, " continuou Labão."Mas o Deus do seu pai Isaque me apare­ceu ontem à noite. Ele me proibiu de mal­tratar você.

30 - "Muito bem. Está certo que tenha saudade de casa e queira voltar para lá. Mas por que roubou os meus ídolos?"

31 - "Eu fugi assim, " respondeu Jacó, "porque fiquei com medo. Pensei comi­go: 'Bem pode ser que Labão não me dei­xe levar as filhas dele. '

32 - "Mas quanto aos seus ídolos, será morto aquele que estiver com eles. Pode revistar tudo neste acampamento. Se você achar alguma coisa sua, pode levar de volta." Jacó não sabia que Raquel estava com os ídolos.

33 - Labão vasculhou as tendas de Jacó, de Lia, de Raquel e das duas criadas, e não achou os ídolos.

34 e 35 - Quando Labão entrou na tenda de Raquel, ela estava sentada na sela de um camelo. Acontece que Raquel tinha posto os ídolos na sela e estava sentada em cima deles. Por isso disse a Labão: "Peço des­culpa, meu pai, por não me levantar. É que estou no difícil período mensal das mulheres." Assim Labão procurou, apalpando a tenda inteira, e não achou os ídolos.

36 e 37 - Então foi a vez de Jacó ficar zanga­do com Labão."Que encontrou?" per­guntou ele."Qual é o meu crime? Você veio atrás de mim como caçador de crimi­nosos, e revirou tudo o que tenho. Achou alguma coisa da sua casa? Vamos! Ponha o que encontrou aqui, na frente dos meus homens e dos parentes. Eles vão decidir qual de nós dois está errado.

38 e 39 "Estive com você vinte anos, cui­dando dos seus rebanhos. Durante esse tempo todo, as suas ovelhas e cabras pro­duziram crias sadias. Também nunca me servi dos seus carneiros para alimento. E quando algum animal dos seus rebanhos era morto e despedaçado pelas feras, al­guma vez pedi que você descontasse isso na contagem? Não! Eu sempre sofri o prejuízo! Você descontava tudo do meu salário, incluindo os animais roubados. E isso, ainda que o roubo fosse feito em ocasião que estava fora da minha respon­sabilidade!

40 - "Trabalhei para você nas horas quentes do dia, e sofrendo a geada da noi­te, ficando noites e noites sem dormir.

41 - "Foram vinte longos anos! Catorze anos trabalhei para casar com as suas duas filhas, e seis anos trabalhei para for­mar o meu rebanho."E para me prejudicar, você mudou dez vezes o salário combinado!

42 - "Ah, se não fosse o Deus do meu avô Abraão, o temível Deus do meu pai Isa­que! A estas horas você me estaria man­dando embora sem nada. Mas Deus viu a sua maldade, e o trabalho duro que fiz. Por isso Ele preveniu você ontem à noi­te."

43 - Labão respondeu: "Estas mulheres são minhas filhas, e estas crianças são mi­nhas. A mesma coisa posso dizer destes rebanhos e de tudo o que você tem - tu­do é meu. Daí, como posso prejudicar as minhas filhas e os meus netos?

44 - "Portanto, venha cá! Façamos um trato de amizade, e deixemos aqui alguma coisa que sirva para lembrar isso."

45 e 46 - Jacó pôs mãos à obra. Pegou uma pedra e fez dela um monumento. Depois mandou os seus homens juntarem ali uma pilha de pedras. Feito isso, Jacó e Labão comeram juntos, ao lado das pedras em­pilhadas.

47 e 48 - Os dois deram à pilha de pedras o nome de "Pilha do Testemunho"­ "Jegar-Saaduta", na língua de Labão, e "Galeede", na língua de Jacó."Esta pilha de pedras será testemunha contra nós, " disse Labão, "se não cum­prirmos o trato que fizemos."

49 - Também recebeu o nome de Mispa - que quer dizer "Torre de Vigia", pois, como disse Labão; "Que o Senhor vigie cada um de nós, quando estivermos separados, quanto ao cumprimento do contrato.

50 - "Se você maltratar as minhas filhas, ou tomar outras mulheres - eu estarei longe, mas Deus estará vendo.

51 e 52 - "Este monumento, " continuou Labão, está entre nós como testemunho, do nosso compromisso de não cruzarmos esta línha para atacar um ao outro. Você não me atacará, nem eu a você.

53 - "Que o Deus de Abraão, de Naor e do pai deles destrua aquele de nós que fi­zer isso." Assim Jacó fez juramento diante do temível Deus do seu pai Isaque. Prometeu respeitar o limite combinado.

54 - Então Jacó, ali no topo do monte, ofereceu um sacrifício a Deus. Convidou todos para a festa, e passaram a noite juntos, no monte.

55 - Na manhã seguinte, Labão se levan­tou cedo, beijou e abençoou as filhas e os netos, e foi para casa.

 


CAPÍTULO 32

1 - JACÓ CONTINUOU a viagem. Pouco depois, certo número de anjos de Deus foi ao encontro dele.

2 - Quando Jacó viu os anjos, disse: "Deus está acampado aqui!" Por isso deu ao lugar o nome de Maanaim, que significa "Exércitos Celestiais".

3, 4 e 5 - Depois Jacó mandou mensageiros na frente, ao encontro de Esaú, irmão dele. Foram eles para a terra de Seir, território de Edom. Levaram esta mensagem: "Jacó, seu servidor, manda dizer isto: Morei com o tio Labão até agora. Estou voltando de lá dono de bois, jumentos, ovelhas, criados e criadas. Mandei estes mensageiros para avisar você que estou chegando. Espero que me favoreça com Uma recepção amigável."

6 - Os mensageiros voltaram dizendo que Esaú vinha vindo encontrar Jacó, e que vinha com quatrocentos homens.

7 - Jacó ficou apavorado. Dividiu em dois grupos as pessoas, os rebanhos, os bois e os camelos.

8 - Fez isso porque, segundo as palavras dele: "Se Esaú atacar um grupo, talvez o outro consiga escapar."

9 e 10 - E Jacó fez esta oração: "ó Deus do meu avô Abraão e do meu pai lsaque! Ó Senhor, que me mandou voltar para a ca­sa do meu pai e dos meus familiares, que disse que me faria bem! Não mereço ne­nhuma das suas bondades para comigo. Não sou digno da maneira fiel como o Senhor tem cumprido a sua palavra a meu favor. Pois sai de casa e atravessei o rio Jordão trazendo só um cajado, e agora volto com duas caravanas completas!

11 - "Não permita que eu seja destruído por meu irmão Esaú. Estou com medo de que ele venha me matar, e mate estas mães e os meus filhos.

12 - "Mas o Senhor prometeu me fazer bem. E disse que os meus descendentes se­riam como as areias do mar - tão nume­rosos que ninguém poderia contar."

13, 14 e 15 - Jacó ficou ali aquela noite, e pre­parou um presente para dar a Esaú. Ve­jam só que presente! 200 cabras, 20 bodes, 200 ovelhas, 20 carneiros, 30 camelas de leite, com as crias, 40 vacas, 10 touros, 20 jumentas e 10 jumentos.

16 - Ele confiou os rebanhos do presente aos criados e explicou bem a eles o que fa­zer. Eles deviam ir na frente com aqueles rebanhos. Mas deviam deixar cada reba­nho separado, com um bom espaço entre um e outro.

17, 18 - Jacó instruiu o criado que devia ir na frente de todos, conduzindo o primei­ro rebanho do presente. Disse ele: "Quando o meu irmão Esaú encontrar você e perguntar: 'Para quem você traba­lha? Para onde vai? Quem é o dono des­tes animais?' - veja como vai responder. Diga: 'O dono é Jacó, seu servidor. É pre­sente que ele manda ao meu senhor Esaú. Ele vem vindo logo atrás de nós. '''

19 - Jacó deu a mesma instrução a cada um dos guias dos rebanhos separados pa­ra o presente.

20 - Com este recurso, Jacó esperava acalmar Esaú, antes de enfrentá-lo face a face."Talvez, " pensou Jacó, "Esaú me aceite amigavelmente."

21 - Assim o presente foi enviado na fren­te, e Jacó passou aquela noite no acampa­mento.

22, 23 e 24 - Durante a noite se levantou e acor­dou as duas mulheres, as duas criadas e os onze filhos. Fez com que eles saíssem e atravessassem o rio Jordão, na passagem chamada Jaboque. Jacó ficou sozinho. E um Homem ficou lutando com ele até o amanhecer.

25 - Quando o Homem viu que não podia ganhar a luta, tocou na articulação da co­xa de Jacó. Bastou isso para que ficasse destroncada a coxa de Jacó.

26 - Disse o Homem: "Deixe que eu vá embora, pois já é dia." Mas Jacó respondeu: "Não vou deixar que vá embora, enquanto não me aben­çoar."

27 - "Qual é o seu nome?", perguntou o Homem."Jacó", foi a resposta.

28 - "Não será mais!", disse o Homem."Você se chamará Israel - que significa 'Aquele que Luta com Deus'. Sim, por­que você lutou com Deus e com homens, e venceu."

29 - "Qual é o seu nome?", perguntou Jacó."Você não deve perguntar pelo meu nome, " disse o Homem. E abençoou Jacó ali.

30 - Jacó deu aquele local o nome de Pe­niel, que quer dizer "O Rosto de Deus". Deu esse nome dizendo: "Eu vi Deus face a face, e não morri!"

31 - O sol ia nascendo quando Jacó se pôs a andar através de Peniel. E mancava, por causa da junta da coxa destroncada.

32 - Aí está a razão pela qual os israelitas até hoje não comem o nervo do quadril, que faz a articulação da coxa. Dos ani­mais de que se alimentam, deixam de lado essa parte. Porque o Homem com quem lutou desarticulou a coxa de Jacó, tocan­do no nervo do quadril dele.