Uma senhora pobre e negra vivia em sua casinha numa das principais cidades do país.
A casa, construída pelo finado marido num pequeno terreno que comprara com sacrifício, era o único bem que possuía.
Seu vizinho iniciara reformas em sua própria casa e, como resultado, as paredes da casa da viúva começaram a rachar, com perigo de desabamento.
A mesma foi conversar com o vizinho.
Pessoa estudada, conhecedor da lei, porém era insensível, egoísta e ambicioso, não se importava com o próximo.
Apesar das leis existentes, o vizinho evitara reparar os danos provocados na casa ao lado.
Triste a mulher pensava: “Sou viúva, desesperadamente pobre e ignorante do sistema legal, o que devo fazer?”.
Assim mesmo não desistiu, ela levou o caso á justiça. Acreditava que a justiça tinha de ser feita.
Por não ter recursos o juiz nomeou um advogado público para lhe dar assistência gratuita.
Infelizmente o advogado pouco se interessou pelo caso e por causa disso o próprio juiz foi designado para resolver a pendência.
Ele, porém se revelou um racista intolerante.
O único princípio pelo qual se orientava era, como ele mesmo disse, que “os negros devem ficar no seu canto”.
As possibilidades de uma sentença favorável à viúva eram, portanto, muito remotas.
Tornaram-se ainda mais remotas quando ela percebeu que não dispunha do ingrediente indispensável para se obter uma sentença favorável em caso assim, a saber, uma boa gorjeta. Mesmo assim ainda insistiu.
De início o juiz nem mesmo tirou os olhos da revista que estava lendo e mando-a embora, marcando a audiência para um outro dia.
Audiência após audiência acontecia, e ele sempre adiando o estudo do caso. Mas num certo dia o juiz começou a reparar naquela pobre viúva.
Finalmente a insistência daquela mulher, que não desistia do caso, despertou nele um pouco de consciência. Sentiu-se culpado e irado.
Por fim, cansado, possesso de raiva e envergonhado, atendeu ao pedido da mulher e fez com que a lei fosse cumprida.
A viúva venceu pela persistência e determinação. Venceu o preconceito da pobreza e da raça. Venceu á insensibilidade, o egoísmo e ambição, a intolerância e a indiferença.
Esta foi uma vitória significativa sobre “o sistema” – naquele tribunal corrupto.
(Pr. Carlos Antonio Thompson Nogueira - texto adaptado)
PARA REFLETIR
Por mais difícil que seja as circunstâncias ou situações onde tudo se mostra contrário, com o desânimo sempre a nos rodear, há sempre uma esperança, sempre uma certeza de vitória para aquele que persiste e vai até o fim.
A insistência gera esperança de conseguir a vitória.
Quando aceitamos a vida “do jeito que ela é” ou reconhecemos que é inevitável a maneira como as coisas nos acontecem e que não adianta lutar, somos então, derrotados do ponto de vista cristão de Deus.
Nenhum preconceito da pobreza e de raça, insensibilidade, egoísmo, ambição, intolerância, indiferença ou pressão, crise, rebeldia, preocupação, tentação ou qualquer outra circunstância impedirá a sua conquista se você tiver uma atitude de fé, de ir além dos seus limites e forças, de lutar e não esmorecer.
A aceitação é reconhecer e acreditar no poder de Deus para mudar a situação.
Portanto, confie que ainda há esperança. Entregue a tua causa por mais impossível que pareça.
E acredite que Deus pode e quer mudar a sua história. Então verás a sua vitória sobre “o sistema” e a sua história mudada no tribunal corrupto da vida.
Ivone Almeida Santos
O costume de guiar-se sempre pela consciência chama-se retidão. Manifesta-se no amor à verdade e dá uma grande beleza e fortaleza ao caráter.
(Juan Luis Lorda)